"O reatamento das relações entre Cuba e EUA é uma vitória do povo cubano"
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"O reatamento das relações entre Cuba e EUA é uma vitória do povo cubano"


Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul fala sobre reatamento de relações entre Cuba e Estados Unidos
foto do evento
Por Alexandre Haubrich no Jornalismo B

Em palestra proferida no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, na noite dessa segunda-feira (13), o professor de Relações Internacionais da UFRGS e doutor em Ciência Política Henrique Carlos de Castro falou sobre o reatamento das relações entre Cuba e Estados Unidos, e destacou que, embora tenha havido avanços, muitas dificuldades ainda se colocam no caminho do respeito dos EUA à soberania cubana. A palestra foi organizada em parceria entre o Clube de Cultura e a Associação Cultural José Martí.

Logo no início do encontro, foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem ao escritor uruguaio Eduardo Galeano, falecido no mesmo dia. Depois, Castro iniciou sua fala apontando alguns obstáculos que precisam ser vencidos para que de fato o governo estadunidense passe a respeitar a soberania de Cuba: a retirada do país da lista das nações que apoiam o terrorismo, a devolução de Guantánamo aos cubanos, a reabertura das embaixadas e o fim do bloqueio econômico que os Estados Unidos levantaram sobre Cuba ainda na década de 1960.

O professor relembrou o histórico das relações entre os dois países, destacando que desde antes da Revolução Cubana – na verdade desde as lutas do povo cubano por sua independência – os Estados Unidos têm procurado apoderar-se da ilha. Na luta pela independência entre o povo cubano e o governo espanhol, os Estados Unidos intervieram, derrotaram a Espanha e assumiram para si o controle de Cuba. Conseguiram inclusive gravar na então nova Constituição de Cuba esse domínio.
Após a vitória da Revolução liderada por Fidel Castro, em 1959, os ataques passaram a ter as mais diversas formas: tentativa de invasão, apoio ou conivência com grupos terroristas que atuavam – e atuam, ainda que hoje com menor força – desde o território estadunidense, tentativas recorrentes (638, de acordo com o professor) de assassinar Fidel Castro, etc. O palestrante citou ainda um memorando do próprio governo estadunidense que reconhecia a grande popularidade do governo revolucionário e manifestava a necessidade de tentar estrangular o país através de medidas econômicas que fizessem com que o povo passasse fome e acabasse por se rebelar.

Desde o início do bloqueio, diversas resoluções da Organização das Nações Unidas condenaram a medida, mas pouco ou nada mudou. Somado ao bloqueio, lembrou o professor Castro, erros internos levaram Cuba a grandes dificuldades econômicas, que agora o governo e o povo tentam resolver através da chamada “atualização” do modelo econômico – que incluem o afrouxamento das restrições a empresas privadas e a companhias estrangeiras, embora com a garantia da manutenção de direitos aos cubanos – e de mudanças no próprio modelo político. Castro, porém, demonstrou preocupação: “essas mudanças podem tanto fortalecer o socialismo em Cuba quanto derrubá-lo”, afirmou. 

Para o professor da UFRGS, o reatamento das relações entre os dois países é uma vitória do povo cubano: “a pequena ilha derrotou o gigante nessa batalha. Durante mais de 50 anos, resistiu, combateu e fez o adversário mudar de posição”, comemorou.



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