A CUBA DE TODOS

Mais de 450 representantes da comunidade cubana no exterior proveniente de 42 países debateram durante três dias no Palácio das Convenções convocados temas do interesse de todos e que também os afetam.

O bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos vigente há meio século, a manutenção em prisões norte-americanas de cinco antiterroristas cubanos denunciado como injusta, as propostas de Cuba no âmbito migratório, foram alguns deles.

Outra questão muito atual para os cubanos residentes na Ilha e fora dela se refere a chamada luta contra o terrorismo organizada pelos Estados Unidos para estabelecer medidas alfandegárias especiais para aqueles viajam ao seu território procedentes de Cuba.

O argumento defendido por Washington, inaceitável para todas as partes, é uma suposta vinculação de Cuba com o terrorismo e sua inclusão por esse motivo em uma impugnada lista do Departamento de Estado.

Durante o Encontro condenou-se especialmente esta atitude da Casa Branca tendo em conta que, precisamente Cuba, tem sido durante muitos anos vítima principal das atividades terroristas originadas de solo norte-americano e tem lutado contra elas.

É por isso que um dos acordos da reunião foi demandar a libertação dos cinco antiterroristas presos em cárceres dos Estados Unidos por infiltrar-se nos grupos terroristas da Flórida para evitar novas ações desse tipo contra seu país.

Os emigrantes uniram-se ao coro de vozes que desde muitos países do mundo reclamam essa libertação e ao mesmo tempo, repudiam "o arranjo legal que mantém impune em território norte-americano o assassino confesso de dezenas de cubanos, Luis Posada Carriles".

A Declaração Final do evento criticou que, apesar das promessas de mudança em sua política para Cuba, Estados Unidos só tem anunciado medidas muito limitadas e mantém vivo o bloqueio ao qual qualificaram de obsoleto e condenado pela comunidade internacional.

Exigimos ao governo norte-americano o levantamento imediato e incondicional do bloqueio contra nosso povo e a devolução a Cuba do território da base naval de Guantánamo, reza um dos acordos.

Propuseram, também, o profundo orgulho de serem cubanos e estarem hoje na terra que os viu nascer e aprovaram um plano de ação destinado a continuar mobilizando às associações de residentes na cada país para continuar estreitando os laços com a nação de origem.

Os pronunciamentos de Ricardo Alarcón, presidente do Parlamento, no encerramento do Encontro, evocaram o histórico pertence da emigração a sua pátria e a transcendência de sua ação em defesa da identidade nacional.

A emigração sempre foi parte essencial da nação cubana e de sua infatigável busca da independência e a justiça, apontou Alarcón.

Relembrou o interesse primeiro anexionista dos Estados Unidos para Cuba no passado mais longínquo e a agressiva atitude depois da chegada ao poder da revolução, todo resistido pelo sentir e o esforço do próprio povo.

Se a Pátria tem sobrevivido, se temos sido capazes de resistir, se apesar de tudo avançamos é, em primeiro lugar, pela vontade patriótica de nosso povo. Patriotismo tem tido e há, e muito, nesta Ilha e na emigração, destacou.

Finalmente, propôs aos participantes que "onde quer que vão com vocês irá Cuba, a Pátria viverá sempre em qualquer lugar onde tenha um patriota disposto a viver e morrer por ela".

O Encontro foi um passo mais em um vínculo muito forte existente sob o histórico conceito de que a Pátria é de todos os que lutam por ela.

(*) O autor é chefe da Redação Nacional de Prensa Latina.

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