Cuba
Advogado questiona acréscimo na pena de René.
Fonte: PRENSA LATINA
Washington, 15 set (Prensa Latina) Phil Horowitz, advogado de René González, um dos cinco antiterroristas cubanos prisioneiros nos Estados Unidos, afirmou que lhe impor um período adicional ao termo de sua condenação é um castigo, publicou The Washington Post.
Ao completarem-se 13 anos do encarceramento em penitenciarías federais estadunidenses de González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González, presos em Miami em 12 de setembro de 1998, o jornal divulgou um extenso artigo sobre o caso.
No texto aparecido na seção Nacional do lugar digital do rotativo, explica-se que René González "quer regressar de imediato a Cuba após sair de prisão no próximo mês", quando cumpre sua condenação de 15 anos.
Entretanto, o jornal sustenta que "os promotores federais fazem questão de que deve servir um período adicional de três anos de liberdade condicional nos Estados Unidos".
Seu advogado, no entanto, afirmou na segunda-feira que pediu à juíza de distrito Joan Lenard que por razões humanitárias deve permitir que seu cliente seja enviado a Cuba, porque não tem familiares próximos em território estadunidense.
Horowitz afirmou, de acordo com o artigo, que a esposa de González não pode obter uma visto para o visitar nos Estados Unidos e que suas duas filhas e os pais também vivem na nação antilhana.
"Em nossa opinião esse é um período adicional de três anos de castigo", declarou.
A publicação considera que René "que tem dupla cidadania, dos Estados Unidos e Cuba, sairá em 7 de outubro de uma prisão federal de Marianna, Flórida".
Segundo o Post, para os promotores "não há justificativa legal para que González regresse antes de completar os três anos de liberdade condicional".
"A modificação busca essencialmente terminar e eliminar a liberdade condicional antes de ter começado", disse em documentos judiciais o assistente da promotora Caroline Heck Miller, citado pelo Post.
Mais adiante o artigo enfatiza que "não há calendário para que Lenard tome uma decisão".
O advogado Horowitz manifestou que Irma Sehwerert, mãe de René González, expressou em Cuba a preocupação de que seu filho pode estar em perigo se se lhe obriga a passar o tempo de liberdade vigiada em Miami.
Nessa cidade há milhares de exilados cubanos que são virulentamente opostos ao governo cubano, recorda o diário.
Durante o julgamento testemunharam oficiais do Pentágono como Eugene Carroll, contralmirante retirado da Marinha de Guerra; Edward Breed Atkeson, general do Exército; Charles Elliot Wilhelm, general do corpo de infantes de Marinha, e James R. Clapper, filho, tenente geral da Força Aérea.
Todos afirmaram na audiência que nenhum dos acusados teve acesso a informação classificada nem pôs em risco a segurança nacional estadunidense.
Não obstante, The Washington Post faz qüestão de que "González e os outros quatro homens conhecidos como os Cinco Cubanos foram condenados em 2001 por tratar de infiltrarem-se em instalações militares dos Estados Unidos no sul de Flórida".
Em outra parte, o jornal afirma que "os Cinco são aclamados como heróis em Cuba" e oferece elementos sobre revelações de que Estados Unidos pagou milhares de dólares a jornalistas em prejuízo dos acusados, enquanto o processo estava em curso.
"É uma ideia que realmente parece ser a antítese do conceito de um julgamento justo", disse William Norris, quem representa a Ramón Labañino.
O que se fez foi "jogar gasolina ao fogo com uma campanha de propaganda que supera o conceito de devido processo", destaca o jornal.
Sobre esta publicação em The Washington Post, Glória A Riva, coordenadora do Comitê Nacional Free The Five, comentou a Prensa Latina que "usaram informação da conferência de imprensa realizada em 12 de setembro" passado.
A imprensa estadunidense guarda um silêncio quase incrível com respeito a este caso, de modo que para além dos enfoques, o artigo é "muito bom, o melhor em muito tempo", apontou La Riva.
Identificados pela solidariedade internacional como "os Cinco", os lutadores antiterroristas advertiram seu país dos planos criminosos organizados por grupos extremistas de origem cubano com base no sul da Flórida.
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