Cuba
Antonio Capistrano: Fidel, um admirável líder
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Fidel se reuniu na quinta-feira, dia 12, com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. |
Antonio Capistrano, via Vermelho
Cada dia que passa aumenta a minha admiração pelo líder cubano Fidel Castro. Fidel é uma das grandes figuras do mundo contemporânea. Uma presença marcante na história mundial, principalmente na história do continente norte-americano.
Com a Revolução vitoriosa em 1º de janeiro de 1959, sob a liderança de Fidel, Cuba passou a ter um papel de destaque no cenário internacional, transformando-se em um símbolo de resistência ao imperialismo e ao domínio colonialista.
A Revolução Cubana, depois de 53 anos, continua altaneira e o seu povo livre, essa postura incomoda ao império norte-americano e os seus aliados. Por esse motivo eles desencadeiam uma permanente campanha midiática de mentiras contra Cuba.
Fidel completa este ano, no dia 13 de agosto, 86 anos de vida. Ele continua escrevendo as suas reflexões, publicadas na imprensa cubana e, divulgada por jornais e revistas pelo mundo. Leio sempre os seus artigos no jornal Granma, no Vermelho, na revista Fórum,no Avante! ou ainda, em Pátria Latina. São reflexões sobre diversos temas, todos escritos com equilibro, com lucidez, consequência de quem viveu parte do século 20 no topo das grandes lideranças internacionais, convivendo com os poderosos líderes do século passado, enfrentando a guerra fria. Fidel, sempre foi ouvido e admirado por milhões de pessoas em todo o mundo. Em qualquer fórum a sua presença era uma atração, mesmo estando presente líderes das maiores potências capitalistas.
Ele superou sua doença, porém, sua condição de saúde é limitada. Fidel continua recebendo os seus amigos e escrevendo as suas reflexões. Os seus adversários, através da mídia controlada pelas agências noticiosas norte-americanas, persistem com uma campanha midiática mentirosa sobre Cuba e sobre Fidel. Já o “mataram” diversas vezes, mas, o tempo é a mãe da verdade e, vai provando o contrário. Cuba vai bem!
Apesar do bloqueio econômico, cruel e imoral, a Revolução, sob a liderança de Fidel, conquistou para o povo cubano condições dignas de vida, sem opulência, mas, dignas de vida, com índices na educação, saúde, cultura e esporte de fazer inveja a países com muito mais condições econômicas e naturais do que a pequena Ilha.
A Revolução conseguiu eliminar do território cubano o analfabetismo, oferecer ao povo educação de alto nível e um atendimento médico-hospitalar universal, dando ênfase a medicina preventiva. Na área esportiva os atletas cubanos passaram a se destacar nas disputas internacionais, basta ver o resultado do último pan-americano (2011) realizado no México. Dança, música, balé, cinema, são manifestações culturais de destaque na Ilha. Além da solidariedade internacional com a presença de médicos, enfermeiros, professores em diversos continentes, levando atendimento às populações carentes. Agora mesmo, existe uma presença cubana significativa no Haiti com equipes da área de saúde combatendo a epidemia de cólera que assola aquele país.
A minha primeira viagem a Cuba foi em dezembro de 1988, na época eu era reitor da UERN. Fui a convite da Universidade de Havana. Fui ver a Ilha que desafia o poderoso Tio San. Cuba sempre esteve no meu ideário político como exemplo de governo, precisava ver o resultado de perto. Em maio do ano passado estive novamente em Cuba, queria rever o país, sem Fidel. Nas duas vezes que estive lá não me decepcionei, voltei mais confiante no socialismo como governo do povo para o povo.
Mesmo com todas as suas dificuldades – limitações das riquezas naturais, intempéries do tempo (os furacões), bloqueio econômico imposto pela nação mais poderosa do mundo atual (os Estados Unidos) –, Cuba vai bem. Vi de perto a democracia socialista, ainda limitada pela pressão externa, pelo Estado de guerra permanente em que o país vivi. Cuba é uma fortaleza sitiada, ameaçada a todo o momento, sofrendo atos terroristas dos grupos de mafiosos cubanos exilados em Miami. Esses grupos contam com a complacência do governo norte-americano, que faz vista grossa, permitindo assim ações terroristas no solo cubano, tudo com o objetivo de enfraquecer uma das principais atividades econômicas da Ilha, o turismo.
Ao sentir que não dava para continuar como dirigente máximo do seu país, que sua saúde o impedia de exercer plenamente essa honrosa tarefa, Fidel renunciou, prova de sua lucidez e de sua visão de líder. Caminhando para os seus 86 anos, Fidel, através dos seus artigos, que ele denominou de “reflexões”, continua debatendo as questões nacionais e internacionais, colocando a sua experiência de grande estadista a serviço do seu povo, da humanidade e, principalmente, da América Latina.
Não sei até quando Fidel vai viver, nem ninguém sabe, espero que ainda por muito tempo, mas, de uma coisa tenho certeza, o seu nome já figura no panteon dos grandes líderes da humanidade. Fidel foi o grande timoneiro da Revolução Cubana, comandante inconteste dessa turbulenta travessia de 53 anos de Cuba Socialista e independente. Vale ressaltar, a postura do povo cubano, consciente do seu papel, sempre pronto para lutar em defesa da soberania do país. Essa atitude é histórica, vem de longe, lembro a figura do filosofo, poeta e revolucionário, José Martí, exemplo para todos os cubanos. José Martí e Fidel são dois grandes heróis latino-americano.
Antonio Capistrano foi reitor da Uern e é filiado ao PCdoB.
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