As batalhas de Kifangondo e Ebo e a Independência de Angola
Cuba

As batalhas de Kifangondo e Ebo e a Independência de Angola


Jorge Valdés
Fotografia: Santos Pedro

DUAS MATÉRIAS SOBRE A HISTÓRICA RELAÇÃO DE AMIZADE CUBA-ANGOLA

As batalhas de Kifangondo e Ebo travaram os exércitos invasores

Fonte: JORNAL DE ANGOLA

Jorge Risquet Valdés, membro do Comité Central do Partido Comunista de Cuba e alto dirigente da Revolução Cubana, considerou as batalhas de Kifangondo, a norte de Luanda, e Ebo (Kwanza-Sul) cruciais para impedir a entrada em Luanda das tropas estrangeiras antes da proclamação da independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975.

A propósito do 35º aniversário da proclamação da independência nacional, Jorge Risquet Valdês realçou, em entrevista à Angop, a participação de internacionalistas cubanos nas duas batalhas históricas.

“Foi a 4 de Novembro de 1975 que nós recebemos a solicitação das autoridades do MPLA para reforçar o contingente militar cubano com o intuito de fazer frente às investidas de exércitos estrangeiros a Angola”, disse, sublinhando que o MPLA contava na altura com um pequeno grupo de instrutores cubanos que estavam colocados em quatro centros de instrução em Cabinda, Luanda, Benguela e Huambo, e que havia a necessidade de se reforçar o contingente, uma vez que a União Soviética tinha acabado de fornecer os chamados “ 40 canos” que os seus guerrilheiros não sabiam manejar.


“A 4 de Novembro, a direcção da Revolução Cubana tinha decidido enviar para Angola um grupo de 100 instrutores e quando o avião já tinha duas horas de voo fomos informados que os chamados “ 40 canos” já estavam em Luanda e eram necessários militares capazes de manejar este tipo de armamento. Tivemos que mandar voltar o avião e substitui-los por outros 500 internacionalistas mais capacitados ”, explicou.

Jorge Risquet Valdês realçou que depois do envio dos primeiros 500 especialistas para o manejo dos chamados “40 canos”, o primeiro grande contingente de tropas internacionalistas cubanas desembarca em Luanda a 10 de Novembro, dirigindo-se imediatamente para a frente de batalha do Kifangondo, a Norte de Luanda.
“Quando o primeiro grande grupo de tropas internacionalistas cubanas chega a Angola, montou-se imediatamente uma estratégia de batalha em frente da ponte do rio, numa pequena elevação e uma zona cheia de pântanos, facto que facilitou a nossa estratégia, cortando, em primeira instância, a via de acesso à cidade de Luanda”, frisou.

Segundo o dirigente cubano, “a FNLA e as tropas do exército da República do Zaire, auxiliados por mercenários sul-africanos, só não conseguiram entrar em Luanda devido à teimosia de Holden Roberto, que insistiu que a entrada teria de ser via Caxito e não por outro lado, e se tivesse sido mesmo por outro lado, nós não teríamos conseguido impedir a sua entrada, pois as tropas cubanas não conheciam o terreno”.

Jorge Risquet Valdês explicou que a Sul de Angola as tropas sul-africanas foram travadas na zona do Ebo (Kwanza-Sul), por um contingente de tropas cubanas e efectivos das FAPLA comandadas pelo comandante Arguelles, que viria posteriormente a tombar em combate na defesa da integridade territorial de Angola.

Criticou a atitude das autoridades coloniais portuguesas que abandonaram a cidade de Luanda e assistiram ao desenrolar dos acontecimentos a partir de um navio que se encontrava no alto mar. “Esta atitude levou Agostinho Neto e a direcção do MPLA a proclamarem a independência de Angola, às primeiras horas do dia 11 de Novembro, sem a presença das autoridades portuguesas “, referiu.

Risquet Valdês acrescentou que para o povo cubano foi importante a participação de internacionalistas do seu país na independência de Angola, dando início à “Operação Carlota”, que viria a concluir em 1991 com a retirada de todas as suas tropas depois de alcançada a independência da Namíbia e a libertação de Nelson Mandela, facto que pôs termo ao regime do apartheid na África do Sul.


Independência de Angola tem significado similar a libertação de Cuba
Fonte: ANGOLA PRESS


Angop
Presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), Kenia Serrano
Presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), Kenia Serrano

Luanda - A independência de Angola para os cubanos tem um valor igual a liberdade de Cuba, uma vez que os cidadãos deste país caribenho estiveram dispostos a entregar as suas vidas na luta contra as intenções de grandes potencias, que pretendiam impedir este bem para o povo angolano.
 
Esta afirmação é da presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), Kenia Serrano, em entrevista recente à Angop, em Havana, a propósito do 35º aniversário da independência nacional assinalado a 11 de Novembro.
 
De acordo com a responsável, foi importante para Cuba que Angola tenha conseguido a sua independência graças ao grande esforço do seu povo e com a modéstia contribuição de internacionalistas cubanos nesta conquista.
 
“É um símbolo para nós termos sido internacionalistas porque, segundo o que havia afirmado Fidel Castro, este acto significa pagar uma grande divida com a humanidade e em Angola fizemos o nosso pagamento“, frisou.
 
Segundo Kenia Serrano, “ aos cubanos nada tem que convencer do importante que foi morrer por Angola, assim como de convencer aos jovens que não lhes tocou ir a esse país devido a sua idade que viram ir pais e irmãos e a regressarem vitoriosos sem nenhum titulo de símbolo ou algo material que pudessem ostentar, apenas tendo a certeza de que a independência deste país africano foi alcançada”.
 
“Angola tem dado um exemplo ao mundo de como um país depois de enfrentar brutais condições de guerra, que ficou devastado e praticamente sem infra-estruturas tem sido capaz de em 35 anos enfrentar tudo isso e seguir a pensar no seu desenvolvimento e ter uma qualidade de vida alta para todos os cidadãos”, frisou.
 
A presidente do Instituto Cubano de Amizade com os povos realçou que Angola nestes 35 anos tem demonstrado firmeza, qualidade política e alta condição patriótica dos seus dirigentes angolanos, o que significa muito valor. 
 
Kenia Serrano realçou que, para o Instituto Cubano de Amizade com os Povos tem sido maravilhoso contar com amigos como os angolanos e tem estreitos laços de amizade com a Liga Africana de Amizade e Solidariedade com os Povos (LAASP).
 
Reforçou que estes laços se tornaram mais estreitos ao ter o privilégio de contar ao longo destes anos com o apoio da Associação de Amizade Angola-Cuba, cujo presidente, o deputado Paulo Teixeira Jorge, faleceu a 27 de Junho passado.





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