Cuba
Ato solidário exalta liberdade aos Cinco Patriotas Cubanos
Fonte: VERMELHO
Cerca de 500 pessoas participaram do Ato em Solidariedade aos Povos Latino-americanos, na Tenda da Plenária 3, de Soberania Alimentar, da Cúpula dos Povos, que começou às 18h30, de segunda-feira (18). Na mesa, representantes de movimentos sociais de diversos países latino-americanos. Na plateia, a solidariedade com a causa dos Cinco Presos Cubanos. Uma carta pedindo a libertação dos patriotas será enviada ao presidente Barack Obama, assinada por centrais sindicais e organizações presentes.
Pelo Brasil, o monge beneditino Marcelo Barros, pernambucano que trabalhou com Dom Hélder Câmara e que milita pela população mais pobres. Do Haiti, Chavannes Jean Baptiste, do Movimento Camponês de Papaye; do Paraguai Perla Alvarez, da União dos Povos; e Jesus Cegarra da Venezuela; e Salvador Zúñega, da Frente Nacional de Resistência de Honduras e Carlos Rafael Zamora, embaixador de Cuba no país.
“O ato foi dedicado fundamentalmente a uma causa muito nobre, a da libertação dos cinco presos cubanos nos Estados Unidos. Todos os oradores presentes fizeram um clamor por sua liberdade. Creio que outro elemento do ato foi a combatividade, e aqui mostrou-se a fibra de luta do povo da América. Todos os que falaram aqui, desde Haiti, até brasileiro Marcelo Barros, todos coincidem em um ponto comum: que os povos sigam lutando por sua independência, sua liberdade para a preservação da humanidade, neste momento em que se vive a crise capitalista e dos países desenvolvidos”, declarou ao Vermelho o embaixador cubano.
Ele lembrou que durante a Cúpula dos Povos será feito um chamamento por todos os movimentos sociais para pedir ao presidente dos Estados Unidos (EUA), Barack Obama, a libertação dos cinco cubanos. “Agradecemos muito em nome de seus familiares, mulheres, filhos e em nome do nosso povo cubano”, disse Rafael Zamora, referindo-se a uma carta que será assinada por centrais sindicais e organizações presentes na Cúpula, e enviada ao presidente dos EUA.
Sobre o encontro dos movimentos sociais, que acontece ao mesmo tempo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o diplomata cubano lembrou que a revolução acontece a partir dos movimentos de massa, do povo.
“Os povos precisam mobilizar para defender o direito da humanidade existir. Há um caminho que leva a depredação e exploração, traçado pelo imperialismo das grandes potencias desenvolvidas. Estão seguindo por um caminho sem saída. Fazem 20 anos que Fidel proclamou que a espécie humana estava em perigo de extinção. Hoje essa é uma verdade que está mais clara. Mais evidente. Estudos científicos mostram que não temos muito tempo. Há interesses muito grandes, movidos pelo egoísmo e pelo sistema capitalista, que não admitem mudar os padrões de produção consumo, que levaram a Terra a seus limites. Temos que lutar e essa luta não é só dos governos, é preciso levar essa luta para as ruas, para o povo”, declarou Zamora.
O presidente da União de Negros e Negras por Igualdade (Unegro), Edson França, contribuiu com o
ato, representando o movimento negro brasileiro.
“Aqui estamos homenageando os povos que têm enfrentado a dura luta por uma sociedade melhor. Viemos prestar nossa solidariedade, nosso compromisso com a unidade continental, com a América Latina, com a construção do socialismo. É preciso reconhecer a luta desses povos, denunciar o que está acontecendo nesses países. Esse é o compromisso dos comunistas na América Latina”, declarou Edson França, presidente da União de Negros e Negras pelo Brasil (Unegro), que marcou participação no ato de solidariedade.
Ao Vermelho, Edson destacou a Colômbia, que foi bastante mencionada no ato, por estar sofrendo de maneira mais acentuada, e Cuba, vítima de um bloqueio econômico feroz dos Estados Unidos e países desenvolvidos. “É um estado beligerante, que tem atentado contra a vida dos movimentos sociais e seus povos, criminalizando, assassinando, é importante trazer a luz esse tratamento do governo colombiano. Também foi manifestada a solidariedade à Cuba, símbolo de resistência. Mas, também lutamos para além da resistência, para a construção de uma vida digna aos cubanos e sua integração ao continente. Vale ressaltar Honduras, que está vivendo um governo ilegítimo, apontado pela elite, não eleito pelo povo. Sofreu um golpe militar e vive um estado de não democracia”, apontou França, que também é historiador.
João Batista Lemos, vice-presidente da Federação Sindical Mundial e secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, lembrou as intenções estadunidenses com relação à Colômbia.
“Os Estados Unidos e seus aliados querem transformar a Colômbia em um novo estado de israel aqui em nosso continente, como Israel atua na Palestina em defesa dos interesses do imperialismo. Por isso, estamos solidários com a marcha patriótica e que procure uma saída politica para o conflito armado naquele país Também estamos em solidariedade com a revolução bolivariana da Venezuela também solidários a Cuba e pela liberdade dos cinco patriotas”, declarou Batista que também representa o Encontro Sindical Nossa América.
LançamentoO livro do comandante cubano Fidel Castro, O Direito da Humanidade de Existir, que seria lançado no domingo (17), acontecerá nesta terça-feira (19), às 13h30, no Sindicato dos Bancários.
“O livro abre com sua posição[de Fidel Castro] feita há 20 anos, aqui no Rio, e depois vai discorrendo sobre a evolução, com reflexões que vem fazendo nesses últimos anos sobre esse tema que precisamente é objeto desta Cúpula, sobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável, creio que o livro constitui um aporte importante com experiência de um homem de experiência como Fidel, cuja experiência leva uma mensagem de luta e esperança, e de batalha. Porque nosso dever é lutar”, comentou o embaixador cubano sobre a obra.
Deborah Moreira, especial para o Vermelho, do Rio de Janeiro
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