CONTRA O BLOQUEIO

Bloqueio contra Cuba de novo na mira da ONU


Nações Unidas, 18 set (Prensa Latina) Uma nova etapa na corrente de condenações das Nações Unidas ao bloqueio estadunidense contra Cuba começa tomar forma hoje, aqui, depois do começo de outro período de sessões da Assembleia Geral da ONU.

O máximo fórum da organização mundial votará no próximo dia 28 de outubro um relatório apresentado pela ilha caribenha sob o título "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".

O tema aparece no ponto 19 da lista de assuntos que serão analisados pela assembleia, presidida neste ano pelo diplomata líbio Alí Abdussalam Treki, três vezes embaixador de seu país diante da ONU e eleito em junho passado como titular do máximo órgão das Nações Unidas.

Este será o décimo oitavo ano consecutivo que o bloqueio provoca um pronunciamento da comunidade internacional deste fórum.

Desde 1991 essa medida recebeu uma crescente condenação dos integrantes da ONU, repúdio que no ano passado veio de 185 Estados, a cifra mais alta registrada em todas as votações realizadas nesse tempo.

Há três dias, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, criticou em Havana a posição do atual presidente estadunidense, Barack Obama, por manter intacta como seus predecessores "uma política genocida, criminosa, eticamente inaceitável, frustrada e obsoleta".

A chegada de Obama à Casa Branca não significou uma mudança na aplicação do bloqueio contra Cuba, disse o ministro cubano. O próprio presidente acaba de reiterar a postura de Washington com a prorrogação da lei que o mantém, apesar de contar com amplas faculdades executivas para mudar esta política, afirmou o titular do exterior.

Uma nota de imprensa difundida na ONU pela missão permanente de Cuba diante da organização mundial alerta sobre uma campanha midiática lançada pelos Estados Unidos sobre recentes medidas anunciadas por Washington com relação ao bloqueio à ilha.

O texto assinala que essa ofensiva também abrange o campo diplomático e trata de semear a crença de que o bloqueio implantado há quase 50 anos começou a ser desfeito, quando, na realidade, "nada está mais longe da verdade". O comunicado explica que essas disposições da Casa Branca referem-se a temas muito pontuais, como a eliminação de certas restrições quanto às visitas dos cubanos residentes nos Estados Unidos a seus familiares em Cuba e ao envio de remessas, artigos e presentes, entre outras.

A respeito, a missão cubana diante da ONU precisa que se trata de medidas que devolvam direitos que foram retirados pelo anterior governo do ex-presidente George W. Bush.

São insuficientes e de alcance muito limitado e não vão para além da intenção de retornar à situação existente no plano das relações familiares no ano de 2004, quando o bloqueio contra Cuba já estava em pleno vigor e aplicação, agrega.

Outro detalhe está em que a atual administração estadunidense mantém a proibição dos cubanos residentes nos Estados Unidos, que não tenham familiares em Cuba, e aos cidadãos estadunidenses de viajarem à ilha.

Desta forma, explica que no caso do outorgamento de licenças para que empresas dos Estados Unidos ampliem determinadas operações de telecomunicações com Cuba não constitui uma medida nova, pois desde 1992 existe um marco legal que permite oferecer esses serviços ao país antilhano.

Ao mesmo tempo, sustenta que nada do anunciado agora por Washington modifica as limitações e restrições impostas pelas diferentes administrações estadunidenses em matéria de comunicações telefônicas.

Esses e muitos outros elementos estão contidos no relatório preparado por Cuba, o qual situa em 96 bilhões de dólares o total das perdas sofridas pela ilha por causa do bloqueio estadunidense desde sua implantação há quase meio século.

rc/vc/bj

Fonte: PRENSA LATINA

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