Convenção nacional de solidariedade a Cuba renova compromisso pela liberdade dos Cinco
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Convenção nacional de solidariedade a Cuba renova compromisso pela liberdade dos Cinco


Antônio Barreto, presidente da ACJM/BA, discursa no encerramento da convenção
Via Sou Cuba

Representantes de 19 organizações de solidariedade com Cuba, de 39 movimentos sociais e partidos políticos, além do grupo parlamentar de amizade Brasil-Cuba, participaram no sábado, dia 26, da assembleia final da 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, no Palácio de Convenções de Salvador, Bahia.

A convenção começou na quinta-feira, dia 24, com um ato político-cultural onde estiveram presentes mais de 600 pessoas, entre elas personalidades do mundo político, social, acadêmico, cultural e esportivo da Bahia. O governador do estado, Jacques Wagner, foi representado pelo seu secretário de Assuntos Internacionais, Fernando Schimidt. Também estiveram presentes a senadora Lídice da Mata representando a Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba, a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, deputados federais, estaduais, vereadores e numerosos dirigentes de partidos progressistas, sindicatos e movimento social organizado.

A luta pelos Cinco
Precedida de convenções em 22 estados da Federação, a convenção nacional contou com a realização durante dois dias de grupos de discussão e plenárias, onde os delegados debateram e traçaram planos para intensificar o movimento de solidariedade à Ilha socialista. Um dos mais concorridos grupos de discussão teve como tema central os “instrumentos e formas de luta pela libertação dos Cinco patriotas antiterroristas cubanos injustamente presos nos Estados Unidos, onde estão pagando pesadas penas. Os convencionais chegaram à conclusão de que se trata de um caso eminentemente político, principalmente porque as tentativas jurídicas para libertar os Cinco estão esgotadas. Em nome deles, a esposa de Ramon Labañino, Elisabete Palmeira, leu uma mensagem na plenária final em que declaram desde os cárceres dos Estados Unidos, que “mais do que nunca a solução do nosso caso está nas mãos e corações de vocês”. A conclusão a que os Cinco chegaram depois de feitos todos os recursos jurídicos, é de que a sua libertação depende da luta solidária internacional. “Só confiamos em vocês e no nosso povo”, assinalam.

Rompendo o bloqueio
O segundo grupo analisou a luta contra o bloqueio promovido pelo imperialismo norte-americano, chegando à conclusão fundamental de que é preciso esclarecer a opinião pública brasileira sobre o significado criminoso desse bloqueio. Ao mesmo tempo, os convencionais recomendam a realização de intercâmbios nos setores econômico, político, cultural, esportivo, e tecnológico entre o Brasil e Cuba. O terrorismo midiático O terceiro grupo debateu sobre o terrorismo midiático contra Cuba. Foi unânime a opinião de que é preciso mobilizar amplas forças para desmascarar a campanha de mentiras que a mídia a serviço do império move contra o país. Os convencionais recomendaram que todos os movimentos de solidariedade a Cuba criem blogues e estimulem a leitura do blog Cuba Viva, o portal de Cuba no Brasil. Um quarto grupo também se reuniu durante a convenção, debatendo sobre o movimento das brigadas de solidariedade e a luta pelo reconhecimento do diploma dos estudantes brasileiros formados em Cuba, na Escola Latino-americana de Medicina (Elam).

Plenária final
A plenária final foi saudada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), presidente da Frente Parlamentar Brasileira de Amizade com Cuba; Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz; e Kenia Serrano, presidenta do Instituto Cubano de Amizade aos Povos (Icap). Vanessa pediu um aplauso à Bahia pela organização da 20ª Convenção. “O movimento de solidariedade tem um caráter internacionalista, ao mesmo tempo que nos solidarizamos com Cuba, lutamos pela construção de sociedades solidárias e por um mundo mais solidário”, disse a senadora, que também analisou o grave momento que a humanidade atravessa com o aprofundamento da crise do capitalismo. Vanessa comparou os anos 1990 e o começo do século 20, quando o capitalismo sentia-se triunfante e os movimentos progressistas estavam em defensiva, com o momento atual. “Agora, o capitalismo é que se encontra na defensiva e os povos em ofensiva”, afirmou. Concluiu enaltecendo o papel que Cuba desempenha no mundo e reafirmou a luta dos parlamentares amigos de Cuba, que são mais de duzentos, contra o bloqueio e pela libertação dos Cinco. A senadora amazonense aproveitou a oportunidade para anunciar que está organizando uma comitiva com dezenas de pessoas para participar do Fórum de São Paulo, na primeira semana de julho na Venezuela, como expressão da solidariedade do povo brasileiro com o presidente Hugo Chavez. Ela destacou a importância de reeleger o líder da Revolução Bolivariana em 7 de outubro próximo.

Por sua vez, Socorro Gomes declarou que todos os convencionais saem da Bahia “com o espírito mais fortalecido, mais irmanados e enobrecidos por termos participado desta 20ª Convenção e termos exercido nosso direito e dever de hipotecar nossa solidariedade a Cuba e travar o bom combate contra o bloqueio, pela libertação dos Cinco, pela soberania, a integração da América Latina e o socialismo”. A 20ª Convenção foi encerrada por Kenia Serrano, presidenta do Icap, a entidade para a qual converge a atividade de 2116 associações de amizade e solidariedade com Cuba em 152 países. Vibrante, emotiva, cheia do vigor e energia da juventude rebelde e combatente educada por Fidel, Raul e Che nas ideias revolucionárias de José Martí e do marxismo-leninismo, Kenia agradeceu em nome do povo cubano o carinho e o entusiasmo do povo baiano e brasileiro. E fez uma espécie de juramento. “As palavras de vocês são para nós, cubanos, uma motivação para não falharmos. Tenham certeza de que não falharemos”. A dirigente considerou que há pontos comuns entre as lutas dos povos cubano e brasileiro. “A luta pelo melhoramento humano, a justiça social e o socialismo é a mesma em Cuba e no Brasil”. Sobre a batalha pela libertação dos Cinco antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos, Kenia sintetizou tudo em uma só palavra: “Urgência”. “É urgente realizar ações efetivas que resultem na urgente libertação dos Cinco”, arrematou. E sem ilusões de que algo será fácil, enfatizou: “Nada conseguiremos sem luta”. A dirigente do Icap defendeu o processo de mudanças revolucionárias em curso na Ilha para aperfeiçoar e fortalecer o socialismo e desmentiu que em Cuba haja contradições e luta entre a geração que fez a revolução em Sierra Maestra e combateu em Girón e a geração atual. Citando um dos maiores expoentes da literatura cubana, Alejo Carpentier, disse: “As gerações não se medem pelas idades, mas pelos livros que leram”. “Nós, da geração atual, lemos os mesmos livros que leram os nossos dirigentes”, concluiu Kenia.

Carta de Salvador
A plenária aprovou por aclamação a “Carta de Salvador de todos os povos e lutas”, a declaração da 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba”, lida por Antônio Barreto, o Barretinho, presidente da Associação Cultural José Martí da Bahia e do núcleo estadual do Cebrapaz.

Barretinho foi homenageado pela incansável atividade política e organizativa que realizou para garantir a realização da 20ª Convenção. “Celebramos neste histórico encontro o compromisso solidário e incondicional ao povo cubano e sua revolução”, diz a carta. O documento aprovado assinala que ao longo de mais de cinco décadas “o povo cubano tem sido exemplo de vida e heroísmo para os povos ao redor do mundo”, destacando que a revolução herdou um país pobre, socialmente injusto, ferido por uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos. Mas, dizem os convencionais da solidariedade, “em poucos anos o povo cubano, liderado por Fidel Castro, transformou Cuba em uma nação livre, soberana, socialmente desenvolvida, com índices de alfabetização, expectativa de vida, mortalidade infantil e nível cultural comparáveis aos dos países mais desenvolvidos” A Carta de Salvador registra o papel positivo da Alba e da Celac e enaltece as boas relações de Cuba com o Brasil, a Unasul e o Mercosul. Os convencionais repudiam as ações de terrorismo de Estado perpetradas pelo imperialismo estadunidense contra Cuba, condena a campanha midiática e o bloqueio e manifesta o compromisso de com a luta pela libertação dos Cinco antiterroristas cubanos. “Exigimos a sua imediata liberdade. Comprometemo-nos a difundir por todos os meios que tenhamos a causa dos cinco e nosso somamos ao conjunto das ações organizadas internacionalmente por sua libertação.

A plenária decidiu que a 21ª Convenção será realizada em 2013 na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. A 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba terminou com uma apoteose na Praça Tereza Batista, no Pelourinho, e um show de dança cubana e de forró baiano.



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