Cuba
Cuba contra a cólera no Haiti
Enquanto a ajuda internacional limitou-se a fase do terremoto, quando ajudar era moda, Cuba, que já estava antes, permanece fazendo trabalho humanitário e solidário no Haiti, Não mandam soldados, seja qual seja o interesse, mandam médicos.
Para não perder terreno na luta contra a cólera
Juan Diego Nusa Peñalver
Fonte: GRANMA
APESAR dos dias intensos de trabalho, nossa Brigada Médica no Haiti não dá trégua a cólera, para não perder terreno no controle da epidemia nesta empobrecida nação.
Ante a difícil situação, nossos cooperadores sanitários intensificam o trabalho dos grupos de pesquisa ativa,visitando casa por casa, levando a cabo tarefas de controle de surto da perigosa epidemia, particularmente nas casas de família com doentes de cólera.
Os médicos explicam como enfrentar a doença e distribuem antiparasitários ante o aumento das doenças diarréicas agudas, um padecimento muito frequente na temporada das chuvas.
A direção da nossa Brigada Médica e seus epidemiologistas coincidem em que a epidemia de cólera no Haiti começou a diminuir desde a última semana de janeiro passado, entrando na fase de endemia, na segunda quinzena de abril. Coincidem em assinalar que os casos apresentados são por surtos epidêmicos provocados por falta de água potável, ao qual se somam as condições de insalubridade existentes na nação.
Do início da epidemia em outubro de 2010, até o presente, nossos médicos têm oferecido atendimento médico a quase 75 mil pessoas, com um a baixa taxa de mortalidade, 0,36%, enquanto nos centros sob sua responsabilidade não houve mortos por esta causa nos últimos 154 dias.
O jornal Granma tem sido testemunha deste esforço durante uma jornada de pesquisa ativa dos nossos cooperadores da saúde na comunidade de Carrefour, na periferia sul de Porto Príncipe, um dos territórios pobres, com péssimas condições higiênico-ambientais e superpovoado.
Seus mais de 465 mil habitantes mal vivem em uma ladeira das tantas colinas que rodeiam a capital. Lá foram pesquisadas, nomeadamente, as localidades de Bizoton, Mariano, Wayu, Waney e San Roque, verificando-se "in situ" que não existem furtos de cólera ativo nessa região metropolitana, mas sim diagnósticos diarréicos agudos que confundem com o padecimento causado pelo vibrião colérico.
A JOVEM MANUELA
Há vários dias que na casa de Manuela Vareus, em Bizoton 53, não havia tranqüilidade, pois sua mãe, Marie Denise Hippolyle e sua neta Jennifer Dessir tinham diarréias constantes e suspeitavam o pior. Não tinham a quem acudir.
Foi uma surpresa para Manuela, desempregada e com 19 anos, ver na sua casa, de repente, um grupo de pesquisadores ativos da nossa Brigada Médica para conhecer se alguém da família estava infectado com a terrível doença.
Após a revisão médica, seus temores sumiram. Elas somente tinham uma doença diarréica aguda, não era cólera. Foram medicadas devidamente e receberam as instruções médico-higiênicas precisas.
As doutoras Naidelis Milian, de Santiago de Cuba, Yamila Suárez, de Granma, e Marlen Ferreiro, de Lãs Tunas, juntamente com a enfermeira Blasa Guevara, de Guantánamo, explicaram-lhe detalhadamente as medidas para evitar um possível contágio com o perigoso mal e a manipulação em caso de uma doença diarréica aguda.
Manuela, mais relaxada e sorridente, expressou ao Granma que sua casa jamais tinha sido visitada por nenhum médico. "Não temos dinheiro para pagar um médico. Eu, como todos meus vizinhos, estamos muito contentes pela presença de vocês aqui. Somente podemos dizer, muito obrigado, Cuba", afirmou nossa interlocutora, que como muitos haitianos, fala espanhol.
Os grupos de pesquisa ativa visitaram esse dia em Carrefour mais de 10 mil residentes, sem encontrar nenhum caso de cólera.
Não se pode perder o terreno ganho contra a doença.
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