Cuba
Cubanos moram nas ruas... da Espanha
Altamiro Borges em seu blog
A vida é cruel! Os cubanos que deixaram a Ilha como “dissidentes”, atraídos pela propaganda de consumo capitalista e pelas promessas de governos de direita, viraram moradores de rua na Espanha. Segundo reportagem da Folha – venenosa, mas reveladora –, “ex-presos políticos do regime castrista e suas famílias” hoje vegetam em barracas no centro de Madri. O governo espanhol simplesmente cortou a ajuda que os mantinha no país. Eles foram usados como arma de campanha contra Cuba e agora estão abandonados. Triste fim!
“O grupo faz parte dos 115 dissidentes cubanos que, após acordo entre Cuba e Espanha mediado pela Igreja Católica em 2010, foram enviados à Europa com suas famílias. Apenas nove deles continuam na Espanha. A maioria deixou o país, migrando para os Estados Unidos ou retornando a Cuba. Entre os que ficaram, cinco estão com suas famílias acampados há quase um ano em uma barraca improvisada no centro de Madri, em frente ao prédio do Ministério de Assuntos Exteriores. Um deles se suicidou”, relata a Folha.
Os cubanos “dissidentes” foram atraídos pelas falsas promessas do paraíso capitalista. O governo espanhol se comprometeu a pagar, por um ano e com possibilidade de prorrogação, um auxílio mensal de moradia e alimentação. Além disso, ele prometeu ajudá-los a encontrar postos de trabalho e a matricular seus filhos em escolas e universidades. “Com o desemprego na casa dos 25% da população economicamente ativa espanhola, a maioria não conseguiu emprego. E o governo desistiu de prolongar a ajuda”.
“Foi um erro dos dois governos. A Espanha em crise não nos oferece chances de trabalho, e o governo de Cuba não nos deu opção. Eu não vim para cá, fui trazido. Então este problema quem criou não fomos nós”, lamenta o marceneiro cubano José Miguel Fernández, um dos que vivem acampados em Madri com a mulher e o sobrinho. Preso em Cuba por apedrejar um edifício público, o “dissidente” chegou à Espanha em 2011 e recebeu ajuda de moradia por apenas seis meses. Hoje, ele e sua família sobrevivem de doações.
Com seu costumeiro veneno, a Folhaconclui a reportagem afirmando que “o grupo estuda regressar a Cuba, mas diz que situação lá é ainda pior”. Não é o que indicam vários estudos de organismos internacionais que nada têm de comunistas. Na heroica Ilha, que há 53 anos enfrenta o criminoso bloqueio dos EUA, pelo menos não há pessoas dormindo nas ruas e os índices de justiça social são dos mais altos do mundo. Em artigo recente, o francês Salim Lamrani listou algumas destas conquistas da revolução cubana:
● Cuba dispõe da taxa de mortalidade infantil (4,6 por mil) mais baixa do continente norte-americano – incluindo Canadá e EUA – e do Terceiro Mundo.
● A American Association for World Health, cujo presidente de honra é Jimmy Carter, aponta que o sistema de saúde de Cuba é “considerado de modo uniforme como o modelo preeminente para o Terceiro Mundo”.
● A American Association for World Health aponta que “não há barreiras raciais que impeçam o acesso à saúde” e ressalta “o exemplo oferecido por Cuba, o exemplo de um país com a vontade política de fornecer uma boa atenção médica a todos os cidadãos”.
● Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total), Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a nação melhor dotada do mundo neste setor.
● Segundo a New England Journal of Medicine, a mais prestigiada revista médica do mundo, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito […]. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA.
● Segundo o Escritório de Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Cuba é o único país da América Latina e do Terceiro Mundo que se encontra entre as dez primeiras nações do mundo com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano sobre três critérios, expectativa de vida, educação e nível de vida durante a última década.
● Segundo a Unesco, Cuba dispõe da taxa de analfabetismo mais baixa e da taxa de escolarização mais alta da América Latina.
● Segundo a Unesco, um aluno cubano tem o dobro de conhecimentos do que uma criança latino-americana. O organismo enfatiza que “Cuba, ainda que seja um dos países mais pobres da América Latina, dispõe dos melhores resultados quanto à educação básica”.
● Um informe da Unesco sobre a educação em 13 países da América Latina classifica Cuba como a primeira em todos os aspectos.
● Segundo a Unesco, Cuba ocupa o 16º lugar do mundo – o primeiro do continente norte-americano – no Índice de Desenvolvimento da Educação para todos (IDE), que avalia o ensino primário universal, a alfabetização dos adultos, a paridade e a igualdade dos sexos, assim como a qualidade da educação. A título de comparação, EUA está classificado em 25° lugar.
● Segundo a Unesco, Cuba é a nação do mundo que dedica a parte mais elevada do orçamento nacional à educação, com cerca de 13% do PIB.
● A Escola Latino-americana de Medicina de Havana é uma das mais prestigiadas do continente norte-americano e já formou dezenas de milhares de profissionais da saúde de mais de 123 países do mundo.
● O Unicef enfatiza que “Cuba é um exemplo na proteção da infância”.
● Segundo Juan José Ortiz, representante da Unicef em Havana, em Cuba “não há nenhuma criança nas ruas. Em Cuba, as crianças ainda são uma prioridade e, por isso, não sofrem as carências de milhões de crianças da América Latina, que trabalham, são exploradas ou caem nas redes de prostituição”.
● Segundo o Unicef, Cuba é um “paraíso para a infância na América Latina”.
● O Unicef ressalta que Cuba é o único país da América Latina e do Terceiro Mundo que erradicou a desnutrição infantil.
● A organização não governamental Save the Children coloca Cuba no primeiro lugar entre os países em desenvolvimento no quesito condições de maternidade, à frente de Argentina, Israel ou Coreia do Sul.
● A primeira vacina do mundo contra o câncer de pulmão, a Cimavax-EGF, foi elaborada por pesquisadores cubanos do Centro de Imunologia Molecular de Havana.
● Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, cerca de 132 mil médicos cubanos e outros profissionais da saúde colaboram voluntariamente em 102 países.
● Ao todo, os médicos cubanos atenderam mais de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas em todo o planeta.
● Atualmente, 38.868 colaboradores sanitários cubanos, entre eles 15.407 médicos, oferecem seus serviços em 66 nações.
● Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), “um dos exemplos mais exitosos da cooperação entre os cubanos com o Terceiro Mundo tem sido o Programa Integral de Saúde América Central, Caribe e África”.
● Em 2012, Cuba formou mais de 11 mil novos médicos: 5.315 são cubanos e 5.694 são de 69 países da América Latina, África, Ásia e... inclusive dos Estados Unidos.
● Em 2005, com a tragédia causada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, Cuba ofereceu a Washington 1.586 médicos para atender as vítimas, mas o presidente da época, George W. Bush, rejeitou a oferta.
● Segundo Elías Carranza, diretor do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente, Cuba erradicou a exclusão social graças “a grandes conquistas na redução da criminalidade”. Trata-se do “país mais seguro da região, [enquanto] a situação em relação aos crimes e à falta de segurança em escala continental se deteriorou nas últimas três décadas com o aumento do número de mortes nas prisões e no exterior”.
● Em relação ao sistema de Defesa Civil cubano, o Centro para a Política Internacional de Washington, dirigido por Wayne S. Smith, ex-embaixador norte-americano em Cuba, aponta em um informe que “não há nenhuma dúvida quanto à eficiência do sistema cubano. Apenas alguns cubanos perderam a vida nos 16 furacões mais importantes que atingiram a Ilha na última década, e a probabilidade de se perder a vida em um furacão nos EUA é 15 vezes maior do que em Cuba”.
● O informe da ONU sobre “O estado da insegurança alimentar no mundo 2012” aponta que os únicos países que erradicaram a fome na América Latina são Cuba, Chile, Venezuela e Uruguai.
● Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), “as medidas aplicadas por Cuba na atualização de seu modelo econômico com vistas a conseguir a soberania alimentar podem se converter em um exemplo para a humanidade”.
● Segundo o Banco Mundial, “Cuba é reconhecida internacionalmente por seus êxitos no campo da educação e da saúde, com um serviço social que supera o da maioria dos países em vias de desenvolvimento e, em alguns setores, é comparável ao de países desenvolvidos”.
● O Fundo das Nações Unidas para a População salienta que Cuba “adotou, há mais de meio século, programas sociais muito avançados, que permitiram ao país alcançar indicadores sociais e demográficos comparáveis aos dos países desenvolvidos”.
● Desde 1959, e da chegada de Fidel Castro ao poder, nenhum jornalista foi assassinado em Cuba. O último que perdeu a vida foi Carlos Bastidas Argüello, assassinado pelo regime militar de Batista em 13 de maio de 1958.
● Segundo o informe de 2012 da Anistia Internacional, Cuba é um dos países da América que menos viola os direitos humanos.
● Segundo a Anistia Internacional, as violações de direitos humanos são mais graves nos EUA do que em Cuba.
● Segundo a Anistia Internacional, atualmente, não há nenhum preso político em Cuba.
● O único país do continente norte-americano que não mantém relações diplomáticas e comerciais normais com Cuba são os EUA.
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