Dias de cinema, festa e inteligência em Havana
Cuba

Dias de cinema, festa e inteligência em Havana


2º FESTIVAL INTERNACIONAL DO NOVO CINEMA LATINO-AMERICANO
POR Mireya Castañeda
fONTE: PÁTRIA LATINA

O presidente do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, Alfredo Guevara, anunciou que entre o dia 2 e 12 de dezembro serão exibidos em Havana 515 longa-metragens e médio-metragens de ficção, documentários e desenhos animados, e "embora o número nem sempre seja sinônimo de qualidade, diz muito a respeito da diversidade que perseguimos e que depende da produção anual de cada país, não do Festival".

Alfredo Guevara considerou — em entrevista coletiva no hotel Nacional, sede habitual do encontro — que o Festival tem dois objetivos fundamentais: "reunir os cineastas latino-americanos, incorporando com maior visibilidade os novos realizadores... e uma segunda vertente, muito importante, oferecer dias de satisfação, de festa, de inteligência, para que a população possa ver cinema".


Reiterou que o público cubano tem paixão pelo cinema e "isto é o maior presente que podemos oferecer aos cineastas da América Latina".

O presidente do Festival pôs especial ênfase em dois seminários já tradicionais, O Universo Audiovisual da Infância Latino-Americana e Pontes e mais pontes, e num que este ano se acrescenta, A intelectualidade e o Planeta.

Quanto ao cinema cubano atual, Alfredo Guevara, fundador do Instituto Cubano da Arte e Indústria Cinematográfica (Icaic), respondeu que não lhe cabe "fazer avaliações sobre um cinema que está em concurso", mas falou sobre as novas tecnologias que permitem aos jovens fazer um cinema independente. "Já temos dois no Festival", disse se referindo aos filmes Afinidades, có-dirigido por Jorge Perugorría e Vladimir Cruz, e Molina’s Ferozz, de Jorge Molina, os dois concursam como obra-prima.

Ivan Giroud, diretor do Festival, ofereceu algumas estatísticas gerais, entre elas os 515 filmes que serão exibidos e que a Argentina, México e Cuba são os países mais representados, com 88, 79 e 78 filmes, respectivamente, em todos os gêneros e seções.

A Seção Oficial (concurso) de longas-metragens anuncia 24 fitas da Argentina, Brasil, Chile, Cuba, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, com diretores muito reconhecidos, entre eles, o argentino Pablo Tapero (Carancho), a brasileira Sandra Werneck (Sonhos roubados), o chileno Pablo Larraín (Post Mortem), o cubano Fernando Pérez (José Martí- El ojo del canario), a mexicana María Novarro (Las buenas hierbas) e a venezuelana Fina Torres (Habana Eva).

Na busca do Prêmio Coral na categoria de médio e curta-metragens de ficção foram inscritos 21 filmes e outros 24 foram selecionados na categoria obra-prima. Na categoria Documentários concorrem 26 e em desenho animado, 28.
Além das seções habituais, Panorama Latino-americano (22 filmes), A hora do Corto (27), América Latina em perspectiva (38), Feito em Cuba (42), Latinos em USA (6), e outras, nesta ocasião, e muito a propósito, se acrescenta Nossa América no Bicentenário da Independência e Após cem anos da Revolução mexicana.

Os cinéfilos tampouco estranharão o Panorama Contemporâneo Internacional, nem o cinema alemão, britânico (Stephen Frears, Jane Campion), espanhol (Fernando Trueba, Ventura Pons, Carlos Saura), italiano, polonês, finês (de animação) e uma homenagem ao National Film Board of Canadá, com cerca de 50 filmes.

Novidades? A seção Vanguardas, incluída, segundo Giroud, "pela necessidade de mostrar filmes mais experimentais, contudo, difíceis para um concurso de ficção", e Cinema Fantástico e de Horror na América Latina, "para diversificar a proposta de gêneros".
O Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano é muito mais, pois, como sempre, une as artes com exposições de pintura, cartazes, concertos e lançamentos de livros.



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