Em reunião inédita sobre direitos humanos, Cuba questiona violência e racismo nos EUA
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Em reunião inédita sobre direitos humanos, Cuba questiona violência e racismo nos EUA


Conversa é parte do processo de normalização das relações diplomáticas; ilha caribenha também questionou 'limbo jurídico' dos prisioneiros de Guantánamo. 
Crítica de Latuff as violações de DHs na estadunidense Guantanamo
Do Opera Mundi 

A reunião preliminar realizada entre Estados Unidos e Cuba para definir a metodologia e a estrutura das próximas conversas sobre direitos humanos, realizada a portas fechadas em Washington, foi concluída na última terça-feira (31/03) “de maneira exitosa”, de acordo com fontes do Departamento de Estado dos Estados Unidos. A ilha, no entanto, aproveitou a oportunidade para destacar o avanço que obteve com relação ao tema e questionar o país norte-americano a respeito de questões como violência policial, discriminação racial e a situação dos presos de Guantánamo.

Apesar do “clima profissional e de respeito” existente segundo a delegação cubana, ambas as partes evidenciaram a falta de concordância sobre o tema.

Ao contrário dos cubanos, o governo norte-americano não entrou em detalhes sobre a reunião. O principal ponto abordado pelos Estados Unidos no que se refere aos direitos humanos da ilha caribenha diz respeito à maneira como os dissidentes políticos são tratados.

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Em entrevista coletiva concedida à imprensa, o subdiretor geral de Assuntos Multilaterais e de Direito Internacional da Chancelaria cubana, Pedro Luis Pedroso, afirmou que a ilha manifestou preocupação pelos “padrões de discriminação e racismo na sociedade norte-americana, o agravamento da violência policial, os atos de tortura e execuções extrajudiciais na luta antiterrorista e o limbo jurídico dos prisioneiros mantidos na prisão de Guantánamo”.

Delegação cubana nos EUA. Por Ismael Francisco/CubaDebate
Além disso, a delegação cubana também ressaltou preocupações pelas limitações aos direitos trabalhistas e liberdades sindicais. Apesar das diferenças na “concepção e exercício dos direitos humanos”, Pedroso ressaltou que o diálogo inédito evidenciou ser possível “se relacionar civilizadamente, a partir do reconhecimento e respeito às diferenças”.

Para a embaixadora de Cuba em Genebra, Anayansi Rodríguez Camejo, “é óbvio que existem diferenças entre ambos os países na abordagem dos direitos humanos, tanto do ponto de vista nacional, como na proteção ou promoção dos direitos humanos nos respectivos países”.

Isso porque segundo a diplomata, Cuba vê esses direitos de maneira “indivisível, interconectada, integral” e acredita que “algumas pessoas não têm valor superior a outras”.

O diálogo sobre direitos humanos soma-se a outros temas de interesse bilateral analisados em meio ao processo de restabelecimento das relações diplomáticas e abertura de embaixadas, iniciado em 17 de dezembro, quando os presidentes Raúl Castro e Barack Obama anunciaram a normalização dos vínculos entre os países.



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