Cuba
FIDEL - 83 anos de vitórias
Homenagem ao nosso comandante-em-chefe Fidel Castro, que completa 83 anos, hoje, 13 de agosto de 2009.
Fidel, com seus ideais de solidariedade entre as nações e justiça, se tornou símbolo da esperança aos países do Terceiro Mundo e aos movimentos de libertação.
Fidel Castro passa à história como o homem da incansável resistência aos Estados Unidos. Nos anos que permaneceu no poder, Fidel enfrentou dez presidentes norte-americanos, além de um bloqueio econômico, uma invasão apoiada pela CIA e vários atentados.
Nascido em 13 de agosto de 1926 em Biran, Fidel foi o terceiro de uma família de sete filhos. Seu pai, o espanhol Angel Castro, combateu no Exército colonial da Espanha antes de se instalar na Ilha; a mãe, Lina Ruz, era uma cubana humilde, natural de Pinar del Rio. Após estudar em colégios jesuítas, Fidel se matriculou na Universidade de Havana em 1945 e saiu formado em Direito cinco anos mais tarde. No ensino superior, adquiriu consciência política, primeiro na Federação de Estudantes Universitários (FEU) e depois como integrante do Partido do Povo Cubano, no qual participou das campanhas contra a corrupção governamental. Ainda como estudante, Fidel participou em 1947 da frustrada expedição que tinha como objetivo derrubar o ditador dominicano Rafael Leonidas Trujillo. Um ano mais tarde, quando estava em Bogotá para um congresso estudantil, foi surpreendido pelo assassinato do líder progressista colombiano Jorge Eliecer Gaitan e integrou os protestos posteriores, que ficaram conhecidos como “Bogotazo”. O golpe de estado protagonizado em Cuba, em 10 de março de 1952, pelo general Fulgêncio Batista levou o jovem advogado a optar pela luta armada como via para derrubar o ditador. Em 26 de julho de 1953, depois de 16 meses de planejamento clandestino, Fidel liderou um grupo de patriotas que atacou o quartel de Moncada, segunda base militar mais importante de Cuba. A operação fracassou, mas marcou o ponto de partida da Revolução Cubana. Fidel e seu irmão Raul foram condenados a 15 anos de prisão em 16 de outubro de 1953, em um julgamento no qual o líder rebelde assumiu a própria defesa e, durante um discurso de cinco horas, pronunciou a célebre frase: “A história me absolverá”. Em 15 de maio de 1955, Fidel Castro e seus companheiros foram anistiados. Depois de fundar o Movimento 26 de Julho partiu para o exílio no México, onde começou a preparar uma nova ação armada contra a ditadura de Batista. Em 2 de dezembro de 1956, a bordo do iate Granma e à frente de 81 homens, desembarcou em Alegria de Pio, na região oriental da Ilha, e sofreu um duro revés: o pequeno grupo expedicionário foi dizimado pelo Exército assim que tocou em terra, mas 16 combatentes conseguiram sobreviver, incluindo Fidel, Raul e Ernesto Che Guevara, e se refugiaram em Sierra Maestra. Protegida pela selva da cadeia montanhosa, a guerrilha começou a atacar as tropas de Batista e a recrutar novos membros entre os camponeses e jovens universitários. Quase dois anos depois, 10 mil soldados de Batista se voltaram contra a guerrilha de Fidel, na fracassada “ofensiva de verão”. Fortalecidos pela vitória, os rebeldes lançaram a batalha final. A partir daí, centenas de simpatizantes engrossaram as fileiras da guerrilha. Contra todos os prognósticos e depois de 25 meses de combates, os “guerrilheiros barbudos” comandados por Fidel levaram Fulgêncio Batista a fugir de Cuba no dia 1º de janeiro de 1959. Sete dias mais tarde, o comandante-em-chefe fez sua entrada triunfal em Havana.
Fidel foi designado primeiro-ministro do novo governo em fevereiro de 1959. Permaneceu neste cargo até 1976, quando foi nomeado presidente ao ser eleito para a chefia do Conselho de Estado, cargo instituído por uma nova Constituição, posto em que concentrou as funções de chefe de estado e de governo.
Em 1959, uma das primeiras medidas do governo foi a criação do Tribunal Revolucionário para julgar os repressores pertencentes ao regime de Batista. Ao recordar a época, Fidel disse em 1975: “Este ato elementar de justiça, que era exigido unanimemente por nosso povo, deu lugar a uma feroz campanha da imprensa imperialista contra a Revolução.” Outra ação adotada logo após o triunfo da Revolução foi a reforma agrária, que expropriou e nacionalizou os latifúndios, pertencentes em 90% a interesses americanos. Em seguida, aplicou uma reforma urbana que passou para as mãos do estado as grandes empresas – também majoritariamente americanas – que controlavam a economia da Ilha. As medidas provocaram a ruptura diplomática com os Estados Unidos em 3 de janeiro de 1961. Sete meses depois, Havana optou por vincular-se a Moscou, em uma aliança que teve uma influência determinante por mais de três décadas.
Em abril de 1961, 1.400 mercenários apoiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) desembarcaram na Baía dos Porcos e Fidel comandou pessoalmente o contra-ataque. A expedição anti-revolucionária foi derrotada no campo de batalha, mas as ações de sabotagem e de operações guerrilheiras contra o regime continuam até hoje.
Em 1962, o jovem regime revolucionário atravessou um período crítico. Washington conseguiu a suspensão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e deu início ao bloqueio econômico, comercial e financeiro da Ilha. Em 3 de outubro de 1965, Fidel foi nomeado primeiro secretário do novo Partido Comunista de Cuba (PCC), que substituiu o Partido Unido da Revolução Socialista (PURS), com uma importante transição ao marxismo-leninismo. Sete anos mais tarde, Cuba tornou-se membro do Conselho de Ajuda Mútua Econômica (Came), que reunia os países socialistas do mundo inteiro. A Revolução Cubana serviu de espelho, principalmente para países do Terceiro Mundo.
Presidente do Movimento de Países Não-Alinhados de 1979 a 1983, Fidel se tornou um dos líderes mais populares do mundo, com discursos contra o imperialismo, o colonialismo, a exploração e o racismo. Também comandou uma grande ofensiva contra o pagamento da dívida externa. Fidel Castro exerce uma liderança natural sobre um país de cerca de 11 milhões de habitantes. Mesmo com a crise econômica em Cuba, provocada pelo bloqueio imposto dos Estados Unidos, ele conseguiu manter seus princípios e seguir em frente com seus ideais de solidariedade entre as nações e justiça.
Curiosidades
DISCURSO MAIS LONGO
Fidel entrou para o livro dos recordes Guiness por proferir o discurso mais longo da história da ONU: 4 horas e 29 minutos, em 29 de setembro de 1960. Em Cuba, seu recorde foi de 7 horas e 10 minutos.
ATENTADOS
Fidel sobreviveu a mais de 630 tentativas de assassinato, planejadas principalmente pela CIA dos EUA. Algumas das tentativas envolveram pílulas envenenadas, charutos tóxicos, moluscos explosivos e um pó nas botas para fazê-lo perder a barba e ridicularizá-lo.
BARBUDOS
“A barba surgiu devido às difíceis condições que enfrentávamos na guerrilha. Não tínhamos lâmina de barbear nem navalhas. No final isso se transformou em uma espécie de identificação. Tinha seu lado positivo: para que infiltrassem um espião na guerrilha, era preciso prepará-lo com muita antecedência. Além disso, a barba tem uma vantagem prática. Se você multiplicar pelos dias do ano os 15 minutos diários que leva para fazer a barba, vai verificar que dedica quase 5.500 minutos a essa tarefa. Isso significa que, ao deixar de fazer a barba, você ganha em um ano uns dez dias”, diz Fidel.)
UNIFORME
“É, antes de tudo, uma questão prática, porque com o uniforme não preciso colocar gravata todos os dias. E evita o problema de ficar escolhendo o que vestir, que camisa, que meias, para deixar tudo combinando”, avalia Fidel.
ÚLTIMA BAFORADA
Fidel, que no passado sempre aparecia com um charuto entre os lábios, deixou de fumar em 1985. Anos depois disse: “Quando damos de presente uma caixa de ‘puros’ a um amigo dizemos: ... o melhor que pode fazer é dá-la a seu inimigo.”
FELIZ ANIVERSÁRIO COMANDANTE!
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