Encontro de Fidel com os estudantes Rosa Míriam Elizalde e Arleen Rodríguez Fonte: pátria latina ELE esteve trabalhando muito. Nas últimas semanas, teve reuniões com amigos que passaram pela Ilha, concedeu uma longa entrevista a Michel Chossudovsky, editor principal do site Global Research — da qual apenas se publicou a primeira parte —, e acompanhou de perto os acontecimentos internacionais, cheios de cúpulas, eleições e péssimas notícias para a economia mundial e o futuro dos Estados Unidos. Mas no turbilhão, Fidel não esqueceu o compromisso que contraiu com cinco estudantes que assistiram ao lançamento de A contraofensiva estratégica, na Aula Magna da Universidade de Havana dois meses atrás. Os jovens convidaram-no nesse momento a comemorar o 5º aniversário de seu discurso de 17 de novembro de 2005, uma sorte de aviso em que o comandante-em-chefe alertava sobre o perigo das desviações internas que poderiam tornar reversível a Revolução e os graves perigos que pairavam sobre a humanidade. Essa é a razão pela qual, cinco anos depois daquela data, fez uma pausa e se reuniu novamente com várias dezenas de estudantes, reitores e dirigentes juvenis no Palácio das Convenções. "Este lugar é mais tranquilo... Imaginem, é a Aula Magna", sorriu Fidel, enquanto se dispunha a ler sua mensagem, à qual deu retoques com breves comentários, alguns engraçados, outros que destacavam alguma ideia. Retomou excertos daquele discurso, ficando impressionado ele, e todos nós, com sua vigência: "Confesso — disse — que me surpreendeu a vigência das ideias expostas que, cinco anos depois, são mais atuais que na época, já que muitas se relacionavam com o futuro". É assim: em 2005, o líder da Revolução advertiu que para impedir que em Cuba se frustre seu excepcional projeto de justiça social, não apenas é necessária a ética dos revolucionários — "o primeiro dever de um revolucionário é ser sumamente severo consigo mesmo" —, mas também a eficiência do Estado socialista, e nos deixava como tarefa meditar uma pergunta-chave: "Quais seriam as ideias ou o grau de consciência que tornariam impossível a reversão dum processo revolucionário?" Não bastasse isso, há cinco anos vaticinou o perigo de uma guerra nuclear no mundo, afirmou que "ninguém tem direito de fabricar armas nucleares" e prenunciou os planos agressivos dos Estados Unidos contra Irã:"Agora mesmo o império está ameaçando de atacar o Irã se ele produzir combustível nuclear". Se não tivesse sido datada de 17 de novembro de 2005, ninguém duvidaria que este discurso é uma Reflexão recente e até uma chave para o futuro. Como afirmou o reconhecido politicólogo mexicano John Saxe Hernández num ensaio recente sobre o pensamento do comandante-em-chefe: "Acontece que Fidel enfrentou — e entendeu — como poucos habitantes sobre a superfície da Terra, o que tinha — e tem — perante si". MOTIVAÇÃO ESPECIAL O encontro começou uns minutos antes da 11 h da manhã com as palavras da presidenta da Federação Estudantil Universitária (FEU), Maidel Gómez Lago. A jovem, em nome de seus colegas, explicou brilhantemente a importância daquele discurso na Aula Magna e falou com a voz entrecortada pela emoção. Em larga perspectiva, o que Fidel estava dizendo aos jovens há cinco anos era nada mais nada menos que não basta ser revolucionário, que não basta amar a Revolução e manter a confiança em seus líderes históricos: "É necessário, é imprescindível sentirmos a necessidade de manter e aperfeiçoar a Revolução", afirmou Maidel. Ela apresentou os estudantes que, em setembro passado, pediram ao comandante comemorar o 5º aniversário do discurso na Aula Magna e, para lembrá-lo, presentearam-no com um quadro onde aparecem duas imagens e uma frase: o rosto do jovem Fidel, a escadaria da Universidade de Havana e umas palavras familiares, "Aqui me tornei revolucionário". O líder da Revolução recebeu também o Prêmio Alma Mater, com caráter excepcional, que confere a FEU pela contribuição à formação das novas gerações. MANTER AS ESSÊNCIAS "Não sintam vergonha de me perguntar", convocou Fidel seu auditório, e esclareceu que na Mensagem aos estudantes tentava dar uma ideia da "situação que estávamos vivendo e confirmar que a realidade não depende apenas de nós, mas do mundo que estejamos vivendo". Na verdade, ele foi quem fez a primeira pergunta. Quantos estudantes universitários há hoje em Cuba? 531 mil, repondeu o ministro do Ensino Superior, Miguel Díaz-Canel. Esclareceu que essa cifra estava dividida em três tipos de cursos: o regular diurno (262 mil), o curso para trabalhadores (261 mil) e o ensino a distância (54 mil). Fidel lembrou que numa ocasião afirmou que todo aquele que quisesse estudar deveria ter a oportunidade de fazê-lo. "Mas isso não significava que o Estado tivesse a obrigação de garantir uma vaga de trabalho para cada um dos que tivessem um título ou conhecimentos de história, de filosofia. Isso é um erro, é criar um conflito entre o conhecimento e as realidades", acrescentou. Díaz-Canel confirmou que se foi consequente com essa ideia e se manteve o direito dos cubanos de adquirirem conhecimentos. "O curso regular é mantido até agora com a garantia de que se ofereça aos foramados uma vaga de trabalho", afirmou. Contudo, alguns organismos da administração do Estado não fizeram uma adequada análise das vagas para os recém-formados. "Hoje existem uns 5.600 estudantes que não sabemos onde vamos colocá-los. Por sua vez, temos um déficit de mais de 11 mil profissionais em cursos de ciências técnicas e agropecuárias, ciências naturais e exatas, e economia", acrescentou o ministro. Para não perdermos todos estes jovens com alta instrução, pensamos em reorientá-los e dar-lhes a possibilidade de se especializarem em cursos de pós-graduação a fim de ocuparem vagas em locais onde houver emprego. Mas, para isso não entrar em contradição com o princípio de amplo acesso à universidade, dá-se ao trabalhador, sem abandonar seu posto de trabalho, a possibilidade de obter conhecimentos universitários, tornando-o mais útil e eficiente. Além disso, existe a modalidade do ensino a distância, sem compromisso de emprego. "Portanto, mantêm-se dois conceitos essenciais concebidos pelo senhor: a universalização do ensino e o acesso para todos, sem entrar em contradição com as necessidades reais de trabalho de que necessita a sociedade", concluiu Díaz-Canel. UM PROBLEMA REAL Do auditório, o primeiro a falar foi Adrián Román González, representando a Universidade das Ciências Informáticas, instituição concebida por Fidel, onde — segundo precisou o jovem — os estudantes produzem aprendendo e aprendem produzindo em projetos que, para 2012, devem faturar US$1 bilhão e onde, disse, esperam ansiosos uma visita do comandante-em-chefe. Com orgulho, Adrián falou do papel que teve esse centro, tanto no debate em defesa do país, através das redes sociais, quanto na economia nacional, mediante as produções de software e outros produtos informáticos e expressou a Fidel a profunda confiança de sua geração nos líderes históricos da Revolução junto ao compromisso de se manterem fiéis ao seu legado. Ao retomar a palavra, Fidel se concentrou no que qualificou como um "problema real": o crescimento da população mundial a um ritmo de 1 bilhão em cada 15 anos, no contexto dum sistema que se baseia na partilha arbitrária de suas iquezas, fenômeno histórico que tem a ver com os processos de colonização. "O que faziam os portugueses no Timor-Leste ou os holandeses na Indonésia ou os ingleses no Paquistão, na Índia...", perguntou-se, advertindo que os primeiros habitantes dessas regiões chegaram milhares de anos antes de Cristo e como prova do saque que experimentaram essas nações, apontou para os "buracos que vão ficando" e ao que se pretende tirar hoje do que restou, após a primeira exploração da África. O que faziam algumas das nações mais pobres do mundo na recente reunião da APEC, junto aos países mais ricos? Como os Estados Unidos — 14,256 quatrilhões de PIB — o Japão, que já perdeu o segundo lugar em nível mundial diante do avanço da China, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Brasil, cujo PIB é dez vezes menor que o estadunidense, apesar do oitavo lugar que ocupa o gigante sul-americano. A importância das diferenças de desenvolvimento e da arbitrária distribuição das rendas mundiais se espelha em confrontos como a guerra de divisas que agora estão travando o resto dos países com os Estados Unidos, que estão na ruína, por uma dívida quase equivalente ao seu elevado PIB. Para ilustrar as arbitrariedades da economia atual, Fidel citou o que Michel Chossudovsky tinha comentado recentemente sobre as camisas feitas na China e que os Estados Unidos compram a três dólares, vendem a 30 e depois recarregam a diferença em seu PIB, do qual, 80% é obtido, não por meio de produtos, mas de serviços, muitos dos quais exporta depois para os países do Terceiro Mundo. Exemplificou com o caso dos jogos, que provocam uma preocupante dependência no mundo todo, pelo modo em que desviam as pessoas dos problemas reais e, portanto, de suas possíveis soluções. A seguir, perguntou ao estudante da UCI como faziam os alunos para se livrarem da terrível tendência a utilizar os laptops de estudo para esse tipo de entretenimento alienador. Apesar de a grande carga de estudos e trabalho na universidade ser uma boa razão para afastá-los dessas dependências, o estudante reconheceu que não ficam completamente isentos dessas práticas. "Sem dúvida, esse instrumento é o mais extraordinário que existira em prol do desenvolvimento e da divulgação dos conhecimentos", disse Fidel referindo-se ao uso da internet. Depois, falou da concorrência entre os Estados Unidos e a China, após esta última ter criado um computador capaz de transmitir 2,5 trilhões de bits por segundo, superior à mais avançada de seu adversário. "Vale a pena estudar a China", sugeriu. A China não é os Estados Unidos, está lutando contra o sistema imposto pelos Estados Unidos, mas (ali) quem rege é o Estado, não são as multinacionais". Lembrou que a grande nação partiu duma experiência comunista, socialista, retificou o que tinha que retificar e atualmente é o país que mais cresceu e que o fez de maneira sustentável, acima de 10% a cada ano. OS ESTADOS UNIDOS SE ENCAMINHAM PARA O FASCISMO Os Estados Unidos querem arruinar a China, mas não pelo prazer de fazê-lo, mas porque não pode sustentar seu prórprio sistema, daí as consequências das medidas que tomaram ao anunciar a impressão de US$600 bilhões que servirão para salvar fundamentalmente os bancos e, salvar os bancos nesse sistema, leva inevitavelmente à falência dum estado incapaz de intervir para que os bancos operem com racionalidade, contendo os empréstimos, elevando os juros, etc. "A economia mundial não suporta essa guerra — sentenciou — uma economia que tem que satisfazer as necessidades essenciais de quase 7 bilhões de pessoas, população que atingirá 10 bilhões daquia a 25 ou 30 anos." "Os chineses tiveram que aplicar uma política dura de uma família, um filho. Se a China não tivesse feito isso, atualmente apenas ali haveria mais de 2,4 bilhões de habitantes". Acrescentou que, no entanto, os Estados Unidos se converteram num canal para todos os que estão sem emprego no Terceiro Mundo por causa do subdesenvolvimento e da pobreza, e são horríveis as coisas que sofrem os emigrantes econômicos "num país que se encaminha para o fascismo". Horrorizado, o líder histórico da Revolução lembrou as preocupações de Albert Einstein no que diz respeito a que os Estados Unidos conseguissem a arma nuclear antes que os nazistas. "O que Einstein não imaginou foi que o fascismo tivesse lugar no governo dos Estados Unidos e vem já por esse caminho", e advertiu acerca das ideias fascistas do chamado Tea Party, grande triunfador das últimas eleições norte-americanas. "Não há esperança", apontou, acrescentando a seguir que esse país está na ruína, mas não em benefício da esquerda, mas da extrema-direita. Isso é também um dado importante de um país que se apoderou das principais fontes de petróleo e tem uma situação insustentável. Analisando a situação no Afeganistão e no Iraque, rememorou as advertências que em certo momento fez a um dirigente do Iraque para que evitassem os pretextos ianques para uma agressão, a qual finalmente teve lugar pouco tempo depois e comentou as diversas teorias que afirmam que os prejudicados são milhões e as vítimas mortais ultrapassam um milhão de pessoas, segundo o Global Research. Depois de comentar as intimidades da política interna do Iraque e as tentativas do atual presidente para conseguir a unidade entre todas as tendências religiosas, porque apenas meidante a união, se encontrarão as possíveis saídas a sua situação, disse: "Esse é o Iraque, a guerra se supõe que não está ali, embora não haja nenhuma certeza. Invadiram esse país inutilmente, o que queriam era apoderarem-se do petróleo... Necessitavam essa guerra e lançaram-na, agora o que não se sabe é como vão sair dali". A situação no Afeganistão não é melhor para os EUA, comentou, e referiu a importância de se informar sobre a próxima Cúpula da OTAN, que se realizará em Portugal em 19 e 20 novembro. Conseguirá ou não o capitalismo sair dessa crise? Voltando ao tema da economia, comentou que a Europa não pode sustentar essa guerra e chamou a atenção para as reportagens das televisoras dos países mais ricos do continente, onde os povos estão fazendo protesto contra as medidas econômicas. Todos estão descontentes com os EUA pela desvalorização de sua moeda, porque isso prejudica não só a China, mas também todos os países: a Alemanha, um país exportador, todos os europeus, os japoneses, também prejudica terrivelmente o Brasil. "Conseguirá ou não o capitalismo sair dessa crise? Quanto durará se sair? Como será a próxima? Tenho certeza de que o sistema não vai suportar. São necessárias medidas extraordinárias que ainda estão muito longe de serem adotadas", acrescentou. Sugeriu aos estudantes prestarem atenção para todos esses temas por sua transcendência e significado para todo o mundo, nesta época em que, graças aos avanços tecnológicos, é possível saber com exatidão matemática quando vai se atingir a cifra de 7 e 8 bilhões de habitantes no planeta. Remontou ao momento em que viveram outras gerações, quando há 500 anos os europeus conquistaram e partilharam o mundo entre eles com espadas de ferro forjado e pólvora. Quanto ia durar isto? Uns 500 anos a mais? Pois simplesmente não vai durar, porque não há mais fórmulas para sustentá-lo. "Em minha opinião, estes são temas pelos quais os estudantes devem se interessar, eles devem escutar todo mundo. Vocês têm muitos e brilhantes professores, centenas de gente com cabeça". Sugeriu-lhes fazerem-se todas as perguntas possíveis sobre a evolução da população do planeta, os recursos materiais, as sociedades de consumo e as sociedades não baseadas no consumo, e outros assuntos, porque "cabe a vocês fazê-lo por estarem nas universidades neste momento". Um estudante de direito da Universidade de Havana, Yusuam Palacios, interveio logo depois para destacar a raíz comprometida desse centro de estudos, de onde emergiram figuras da estirpe de Mella e outros nomes gloriosos da história contemporânea de Cuba. O FESTIVAL DA JUVENTUDE Jesús Rafael Mora, representante de Cuba na FMJD, trouxe notícias do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes que se realizará em dezembro próximo na África do Sul. Os jovens sul-africanos decidiram dedicar o encontro mundial a Fidel Castro e Nelson Mandela e, das reuniões mais recentes do Comitê Internacional, surgiu a iniciativa de promover em todas as línguas o conhecimento e análise das reflexões do líder da Revolução Cubana, a partir da importância das advertências feitas por ele sobre os perigos duma conflagração mundial, quando tinha lugar o Mundial de Futebol e ninguém mais parecia se interessar por assuntos tão graves para a Humanidade. Mora informou que o próximo poderia ser o festival de maior apoio a Cuba e a sua luta que tão decisiva foi para a independência dos povos africanos. Disse que os organizadores do encontro pediram aos cubanos solicitar uma mensagem especial de Fidel aos participantes e incluir no programa uma conferência sobre Cuito Cuanavale e a importância que teve esse combate para a libertação da Namíbia e a derrota do apartheid. Fidel lembrou que os ianques entregaram armas nucleares ao regime do apartheid, questão da qual os racistas nunca informaram Mandela quando foi eleito presidente da África do Sul. Contudo, advertiu que hoje estão disseminando um apartheid econômico pela África, comprando terras. Somente em Moçambique, o pessoal do apartheid comprou milhões de hectares por 90 anos. "Você imagina se os do apartheid, com todo o dinheiro que têm, agora se dedicassem a comprar todas as terras e os países da África não estivessem cientes disso?", refletiu Fidel. EU SOU UM SOLDADO DAS IDEIAS O vice-presidente da FEU da Universidade de Havana, Yasmany Fonseca, falou da decisão dos estudantes de acompanhar o processo de discussão do Projeto de Lineamentos da Política Econômica e Social, do 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, algo que comparte com o comandante-em-chefe, porque "é o primeiro-secretário do Partido". Fidel esclareceu que ele não assistia a esse encontro como primeiro-secretário. "Eu adoeci e fiz o que devia fazer: deleguei meus poderes. Não posso fazer algo ao qual não posso dedicar o tempo todo. Nem eu próprio sabia se iria sair daquilo", e acrescentou: "Fi-lo por disciplina e pelos médicos". Riu: "Pensava dizer, apesar dos médicos! Por lealdade aos médicos e à medicina". Brincou de novo: "Se tivesse sido tratado nos Estados Unidos, talvez tivesse necessitado todo o dinheiro que esse bandido da revista Forbes me atribuía", aludindo à publicação que incluiu o comandante de maneira caluniosa há uns anos na lista dos grandes milionários do mundo. Fidel reconheceu que "estava contente, porque o país vai avante, apesar de todos os desafios". Esclareceu: "Eu apenas sou um soldado das ideias, como escrevi por aí. Não hesitei nem um só segundo para entregar meus cargos". Dois estudantes do Instituto Superior de Tecnologia e Ciências Aplicadas (Instec), pediram ao comandante um conselho para enfrentar os desafios do mundo. "Um conselho? Vocês têm que descobri-los. Pensem… Devem estar cientes da gravidade da situação". Convocou-os a responder a algumas perguntas: Que vai fazer o mundo com esta enorme população? Para que se globalizou o mundo? Diabo! Que vai acontecer neste planeta? Pode-se aspirar a uma sociedade de consumo? Repassou a lista elaborada pelo FMI em que aparecem os países segundo seu PIB. "Cuba não está aí, Cuba não existe", apesar de ser a capital mundial da medicina. Muitos dos países dessa lista recebem ajuda solidária da Ilha, e mais para frente lembrou: "Os piores horrores foram perpetrados contra a África". Ao jovem que pedia conselhos, lembrou-lhe que não podia dar fórmulas de solução para os problemas. Falou da importância de que os estudantes universitários pesquisem e utilizem o computador. Isso facilita o acesso a fontes inesgotáveis de conhecimento: "É incrível o que se conseguiu, mas é preciso prever o vício que se adquire por programas e jogos que não ensinam nada, mas tudo o contrário, embrutecem e distraem do estudo e do trabalho. E, certamente, é preciso dispor de tempo para ler livros, praticar esportes, ver a namorada. Mas isso é assunto de vocês…", brincou. Um dos mais jovens no auditório, que se apresentou como estudante do curso de eñetricidade no nível médio e membro do Secretariado da Federação dos Estudantes do Ensino Médio (FEEM) na capital, assegurou a Fidel que as horas decorridas foram um grande presente e que quer mais encontros como este. "Na verdade foi um presente de vocês para nós", reagiu o líder da Revolução, e acrescentou: "Então, a gente se vê daqui a cinco anos?" (Risos). (Aplausos). São mais das 14h e o último que se escutou através dum microfone foi a voz de Fidel: "Agradeço-lhes muito. Brincamos, senti-me muito bem e nunca esquecerei esta reunião". |