Cuba
LIBERDADE PARA OS CINCO HERÓIS PRESOS NO IMPÉRIO
Nesta nota de imprensa se afirma que os antiterroristas cubanos foiram processados "por crimes relacionados à espionagem". Essa é uma das manipulações do caso dos Cinco. No entanto, a nota da Europa Press é reproduzida na integra. O leitor fará o seu juízo.
Cuba busca habeas corpus para um dos cinco cubanos presos nos os EUA.
Por Rebeca Rocha, da Europa Press
FONTE: ISLAMÍA
TRUDUÇÃO: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários.
O Governo de Havana solicitará, no final de maio, a um tribunal de Miami, uma ordem de habeas corpus para Gerardo Hernández, um dos cinco cubanos presos em EUA há 12 anos, quando foram julgados por crimes de espionagem, com o objetivo de alcançar uma "nova sentença" que elimine as duas sentenças de prisão perpétua à qual foi condenado.
Olga Salanueva, esposa de René González, também do grupo dos "Cinco", disse à Europa Press que o objetivo é assegurar que as autoridades norte-americanas reconsiderem o caso de Hernández Nordelo, que tem sido "vítima" de uma "injustiça", ao pesar sobre ele a mais dura pena do caso, e que tem sido constantemente denunciado pelo governo da Ilha, que exige a libertação dos "Cinco antiterroristas".
Hernández Nordelo foi condenado em 2001 a duas prisões perpétuas, mais 15 anos de prisão, sob a acusação de conspiração para espionagem, documentação falsa, ser um agente de um governo estrangeiro sem estar registrado e conspiração para cometer assassinato. O presente habeas corpus "baseando-se na injustiça que foi cometida com Gerardo e a necessidade de eliminar, ao menos, as prisões perpetuas", disse Salanueva.
Sem entrar em detalhes, Salanueva disse que nesse momento os advogados de defesa estão trabalhando sobre esse pedido que pode ser apresentado até ao final de Maio no tribunal em Miami, que conduziu os julgamentos, que duraram sete meses, entre 2000 e 2001.
"A campanha e a luta que temos tido é para exigir a libertação dos cinco homens que não cometeram nenhum crime", disse ela, mas no caso de Hernández Nordelo - preso no estado da Califórnia - é a mais preocupante para a família e para o Governo de Cuba, pois poderia passar toda sua vida na prisão. "Os demais, embora longa, a pena terá fim, mas de Gerardo não tem", lamentou.
O grupo de "Cinco" é formado também por Antonio Guerreio, Fernando González e Ramón Labañino, todos presos pelo FBI em 1998, quando residiam nos Estados Unidos, onde foram acusados de espionagem em favor do Governo de Fidel Castro.
A partir daquele momento, o regime cubano protagonizou uma intensa campanha para acabar com a prisão dos cinco homens, que listam como "heróis", mas Washington não aceitou, até o momento, nenhum destes pedidos, que tiveram um forte apelo em alguns governos e organizações internacionais.
SEM PROVAS
"Os cinco" foram acusados de vários delitos, mas o que prevalece é a conspiração para espionagem, mas não foram condenados por espionagem diretamente "porque não tinham como prová-lo" e, portanto, "só puderam condená-los pela suposta intenção de fazer", disse Salanueva.
"Para acusarem de espionagem é necessário provar que a pessoa tomou informações que coloquem em perigo a segurança de um Estado, por isso se preocuparam em acusar por conspiração, pois de espionagem não teriam como provar, posto não tinham nenhuma documentação ou testemunho", disse ela.
O Governo dos irmãos Castro tem insistido em afirmar que o trabalho destes cinco homens tinham como alvo não preparar uma ação contra Washington, mas buscar informações para provar que as organizações em Miami, e no resto dos EUA, desenvolviam planos terroristas contra a Ilha. "O que eles faziam era acompanhar de perto as ações destes grupos, este é o grande crime dos Cinco", disse.
Alguns dessas provas (contra os grupos terroristas de Miami) foram entregues em Junho de 1998, recordou Salanueva, quando uma delegação dos EUA estava em Cuba "documentos com nomes, endereços, e os planos desses grupos" com o objetivo de solicitar aos norte-americanos colaborassem na detenção dessas "organizações”. Mas, a resposta foi a prisão desses Cinco antiterroristas, em 12 de Setembro, daquele ano.
Para Salanueva esta ação causou embaraço para a Casa Branca, “que se molestou como Cuba sabia de tantos detalhes" do que estava supostamente planejando os dissidentes anti-castristas, em solo americano.
"Cuba tem o direito de se defender, não teve alternativa senão mandar estas pessoas para os Estados Unidos. Eles deixaram tudo em Cuba, e graças a essas tarefas nobres foram capazes de evitar muitas outras ações contra o nosso povo", disse Salanueva.
Com essas ações, Washington busca "dar exemplo para que nunca ocorra a ninguém de mexer com seus terroristas, mexer com seus mercenários. Que é bem alto o custo para uma pessoa que se atreva a advertir o risco que seu povo corre", disse ela.
Além disso, disse Salanueva que estes fatos confirmam a má vontade "dos Estados Unidos e seu atual presidente, Barack Obama", que "sabem muito bem que neste caso não houve justiça, que neste caso foi violada a Constituição norte-americana, que não foi provada nenhuma das acusações".
DESDE DO ANO DE 2000
Salanueva não vê René, condenado a 15 anos de prisão, desde agosto de 2000, quando foi presa pelas autoridades norte-americanas, que posteriormente a deportou para Cuba. Desde então, Washington negou 13 vezes o visto para ela entrar nos EUA.
Suas duas filhas puderam vê-lo na prisão, localizada na cidade de Marianna, no estado da Flórida, em várias ocasiões, porque o governo dos EUA lhes permitiu, mas deixando claro que as menores só poderiam entrar no país sem a companhia da mãe.
O contato com seu marido se dá por telefone, quando René a chama do cárcere, aproveitando os 300 minutos que lhe é concedido para fazer chamadas. "Mas grande parte desse tempo ele tem que usar para falar com os advogados", lamentou Salanueva, que vai insistir, junto com Adriana Perez, esposa de Gerardo, na solicitação de visto para visitarem seus esposos.
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