Maffo, o último combate antes de entrar em Santiago de Cuba
Cuba

Maffo, o último combate antes de entrar em Santiago de Cuba


Por Yena Silva Correa no Granma

Em dezembro de 1958, nos últimos dias da ditadura de Fulgencio Batista, no povoado de Maffo, a nordeste de Santiago de Cuba, travou-se um dos combates mais importantes da guerra de libertação nacional. Após 20 dias de cerco, a rendição das forças do regime às tropas rebeldes, dirigidas por Fidel, abriria o caminho rumo a Santiago.

A batalha começou em 10 de dezembro com o ataque aos armazéns do Banco de Fomento Agrícola e Industrial de Cuba (Banfaic), onde estavam refugiados os soldados da 102ª companhia do exército, policiais e membros da Guarda Rural de Contramaestre.

Durante o terceiro dia de combate pela tomada do Banfaic, a aviação inimiga bombardeou sem descanso o povoado, arrasando quase todas as casas.

No dia 14, o comando do Exército Rebelde propôs a rendição às tropas sitiadas nos armazéns. Diante da recusa, suspendeu-se a trégua e o combate continuou.

Quatro dias depois, ainda continuava o bombardeio sobre Maffo. Entretanto, a chefia dos rebeldes discutia as futuras ações de Jiguaní e Palma Soriano e ultimava os planos para a ofensiva final contra a tirania. Em 19 de dezembro, Fidel estabeleceu o posto de comando rebelde na fábrica de açúcar América, aproveitando que não era alvo dos bombardeios da aviação inimiga, por ser propriedade de companhias e monopólios estrangeiros e por estar no centro das posições rebeldes, entre Maffo e Palma Soriano.

Após quase duas semanas, no dia 22, a batalha de Maffo continuava. Os ataques da aviação inimiga eram diários e a resistência da população, a melhor prova de seu apoio aos rebeldes.

No dia 25, ainda as tropas do regime insistiam em resistir em Maffo e Palma Soriano. Uma nova trégua possibilitou a entrevista dos chefes rebeldes com o chefe das tropas cercadas no Banfaic. A proposta de rendição dos revolucionários foi novamente rejeitada.

No dia seguinte, Fidel chegou ao posto de comando avançado, situado a quase 200 metros dos armazéns do Banco de Fomento para entrevistar-se com o chefe das forças que resistiam em Palma Soriano, território que, finalmente, em 27 de dezembro, se rendeu.

Na manhã do dia 28, ao longo da estrada Carretera Central, de Bayamo a Santiago de Cuba, todos os baluartes do regime estavam tomados, apenas faltava libertar Maffo. Fidel propôs as bases para a rendição da guarnição encurralada nos armazéns. Não promover um golpe de Estado no país, não deixar fugir Batista e impedir a intervenção estrangeira foram algumas das condições.

Finalmente, em 30 de dezembro, depois de quase três semanas de cruentos combates, o chefe da companhia sitiada no Banfaic, entregou as armas. Maffo ficou nas mãos do Exército Rebelde. No dia seguinte, Fidel ordenou o movimento de tropas rumo a Santiago de Cuba.

Além da provada resistência dos habitantes da zona, a vitória de Maffo fechou o cerco sobre Santiago de Cuba. O ataque à cidade, previamente organizado, incluía a participação do grupo de Ação e Sabotagem do Movimento 26 de Julho, encarregado de ocupar objetivos militares e edifícios altos para impedir o movimento das forças do regime, e das tropas rebeldes, que atacariam o quartel Moncada. Não foi necessário o ataque final. O quartel Moncada rendeu-se diante da incontestável vitória do Exército Rebelde.

O último dia de dezembro de 1958 foi muito importante, pois nesse dia foi fechado o capítulo de dominação estadunidense, iniciado nos fins do século 19, quando arrebataram aos cubanos a guerra que já tinham ganhado contra a Espanha. Um dia depois, a história dos cubanos mudou definitivamente seu curso.

Parte dessa nova história é a entrada das tropas rebeldes em Santiago de Cuba, acontecimento que foi guardado em imagens inesquecíveis dos primeiros dias desta Revolução.



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