O INVERNO NUCLEAR - REFLEXÕES DO COMPANHEIRO FIDEL
Cuba

O INVERNO NUCLEAR - REFLEXÕES DO COMPANHEIRO FIDEL


OBS: ESTE HOMEM NÃO PARA DE ESCREVER, HAJA TEMPO PARA TRADUZIR. NEM A PRENSA LATINA DÁ CONTA. O TRADUTOR DA ACN JÁ DESISTIU DE DEIXAR ATUALIZADA AS REFLEXÕES PARA PORTUGUÊS. :)

DÁ-LHE FIDEL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O INVERNO NUCLEAR
23 de agosto de 2010
Fonte: CUBADEBATE
Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários.

Tenho vergonha de desconhecer o assunto, que nem sequer ouvira falar. Do contrário, eu haveria compreendido há muito tempo que os riscos de uma guerra nuclear eram muito mais graves do que eu imaginava. Ele acreditava que o planeta poderia suportar a explosão de centenas de bombas nucleares, ao calcular que, tanto nos EUA, como na URSS, haveriam realizado incontáveis provas ao longo dos anos. Eu não tinha considerado uma realidade muito simples: não o mesmo detonar 500 bombas nucleares em 1000 dias, como fazê-lo em um dia.

Eu pude aprender quando eu pedi informações a vários especialistas na área. É de se supor que eu me assombrei quando soube que não faria falta uma guerra nuclear mundial para que a nossa espécie perecesse.


Bastaria uma corrida nuclear entre duas potências nucleares das mais fracas, como a Índia e o Paquistão - que juntos, sem dúvidas, possuem mais de 100 dessas armas -, e a espécie humana desapareceria.

Argumentarei um pouco com os elementos fornecidos para mim por nossos especialistas na matéria, elaborado a partir do que foi exposto pelos cientistas mais prestigiado do mundo.

Há coisas que Obama sabe muito bem:

"[...] Uma guerra nuclear entre os EUA e a União Soviética iria produzir um 'inverno nuclear'".

"O debate internacional sobre esta previsão, incentivado pelo astrônomo Carl Sagan, forçaram os líderes das duas superpotências enfrentarem a possibilidade de que a corrida armamentista não só colocaria em perigo a eles, mas também toda a humanidade".

"[...] os modelos elaborados por cientistas russos e norte-americanos mostravam que uma guerra nuclear resultaria em um inverno nuclear extremamente destrutivo para toda a vida na terra; saber isso representou para nós, para as pessoas de moral e honra, um grande impulso [...]".

"[...] as guerras nucleares regionais poderiam desencadear uma catástrofe global similar. Novas análises revelam que um conflito entre a Índia e o Paquistão, em que 100 bombas fossem lançadas sobre as cidades e as áreas industriais - apenas 0,4% das mais de 25mil ogivas nucleares no mundo -, gerariam fumaça suficiente para arruinar a agricultura mundo. A guerra nuclear regional poderia causar a perda da vida, mesmo em países distantes do conflito".

"Com modelos computacionais e climáticos modernos, nossa equipe mostrou que não só eram corretas as idéias dos anos oitenta, mas que os efeitos durariam pelo menos 10 anos, muito mais do que se pensava anteriormente [...] a fumaça de uma guerra nuclear regional receberia calor do sol e manteria este calor na atmosfera superior, obstruindo a luz solar e esfriando a Terra".

"Índia e Paquistão, que juntos reúnem mais de 100 ogivas nucleares [...]".

"Alguns acreditam que a teoria de inverno nuclear, desenvolvida na década de oitenta, foi desacreditada. Assim, eles podem se surpreender com a nossa afirmação de que uma zona de guerra nuclear entre a Índia e o Paquistão, por exemplo, poderia devastar a agricultura mundial".

"A teoria original era rigorosamente validada. Seu fundamento científico foi apoiado por pesquisas realizadas pela Academia Nacional de Ciências (National Academy of Sciences), por estudos patrocinados pelas Forças Armadas dos EUA e pelo Conselho Internacional de Uniões Científicas, incluindo representantes de 24 academias nacionais de ciência e outras instituições científicas".

"Talvez o esfriamento não parecesse particularmente preocupante. Mas, convêm saber que uma leve queda na temperatura pode ter conseqüências sérias".

"A quantidade total de grãos armazenados em todo o mundo hoje pode alimentar a população do mundo por um par de meses (ver "Crise Alimentar: uma ameaça para a civilização?, por Lester R. Brown; INVESTIGAÇÃO E CIÊNCIA, julho de 2009)".

"Às vezes, a fumaça dos grandes incêndios florestais penetra a troposfera e a estratosfera inferior e é arrastada a grandes distâncias, resultando em resfriamento. Nossos modelos se encaixam também nesses efeitos".

"65 milhões de anos atrás, um asteróide atingiu a Península de Yucatán. A nuvem de poeira resultante, misturado com a fumaça dos incêndios, ocultou o sol, matando os dinossauros. O vulcanismo maciço, que se dava na Índia, pode ter agravado os efeitos".

"[...] O número crescente de Estados-nucleares aumenta o potencial para iniciar uma guerra, deliberada ou acidentalmente".

"A Coréia do Norte ameaça de guerra se não parar o bloqueio e as inspeções em seus barcos, em busca de materiais nucleares".

"Alguns líderes extremistas indianos defenderam atacar o Paquistão com armas nucleares após os recentes atentados terroristas na Índia".

"O Irã ameaçou destruir Israel, que já é uma potência nuclear, que por sua vez, prometeu nunca permitir que o Irã se torne uma potência nuclear".

"As duas primeiras bombas nucleares abalaram o mundo de tal maneira que, apesar do enorme crescimento desde então de tais armas, elas nunca voltaram a ser usadas".

Uma guerra nuclear é inevitável a partir do momento em que se cumpra o prazo do Conselho de Segurança da ONU; qualquer coisa pode acontecer quando o primeiro navio iraniano for inspecionado.

"Sob o Tratado Estratégico de Reduções Ofensivas, Estados Unidos e Rússia concordaram em estacionar seu arsenal em 1.700 e 2.200 ogivas nucleares estratégicas posicionadas, até o final de 2012".

"Se essas armas fossem usadas contra alvos urbanos, matariam centenas de milhões de pessoas e uma enorme nuvem de fumaça de 180 toneladas inundaria a atmosfera do planeta".

"A única maneira de eliminar qualquer possibilidade de uma catástrofe climática é eliminar as armas nucleares".

Estive reunido hoje, ao meio-dia, com quatro especialistas cubanos: Tomás Gutiérrez Pérez, José Vidal Santana Núñez, Coronel José Luis Navarro Herrero, chefe da Secretária de Ciências e Tecnologias do MINFAR e Fidel Castro Diaz-Balart, com quem analisei o tema que tratei nesta reflexão.

Eu pedi a reunião ontem, 22 de agosto. Não desejava perder um minuto. Foi, sem dúvidas, fecundo.








Fidel Castro Ruz
23 de Agosto de 2010
05:34 pm.



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