Cuba
Presidente cubano disposto a falar de tudo com Washington mas em pé de igualdade
O Presidente cubano, Raul Castro, afirmou hoje que Havana está disponível para dialogar com os Estados Unidos sobre todos os temas, incluindo os direitos humanos, realçando, porém, que esse diálogo tem de ser feito com igualdade de condições.
"No dia em que desejarem, a mesa estará pronta. Já foi dito através dos canais diplomáticos normais. Se quiserem discutir, nós iremos discutir", disse Castro, durante um ato público na província oriental de Guantánamo, por ocasião das celebrações do "Dia da Revolução cubana".
Num discurso improvisado, diante de uma multidão, Castro destacou a "vocação pacífica" da ilha, mas sublinhou que Cuba sabe defender-se, recordando o "domínio absoluto" dos Estados Unidos sobre o país durante os primeiros 60 anos do século XX. "Se querem discutir os problemas da democracia, como costumam dizer, a liberdade de imprensa (...), os direitos humanos, todas as histórias que foram inventadas nos últimos anos, sobretudo ao nível dos direitos humanos, então vamos discuti-los", afirmou Raul Castro.
Mas, acrescentou o líder político, esse diálogo tem de ser feito "com igualdade de condições", uma vez que o país "não se submete, não é uma colónia". "Vamos discutir os mesmos temas em relação aos Estados Unidos e estaremos em pé de igualdade. Vamos discutir tudo: Cuba, Estados Unidos e seus aliados na Europa Ocidental, principalmente", indicou o líder cubano.
Raul Castro apelou igualmente para o respeito mútuo e acrescentou: "Não se pode liderar o mundo, é uma loucura. E muito menos com base na mentira, na mentira repetida (...). É isso que eles fazem".
As declarações de Castro foram proferidas depois do primeiro vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura, ter denunciado, no mesmo ato público em Guantánamo, que os Estados Unidos violam o direto internacional ao manter uma base no extremo leste da ilha. Ventura sublinhou que Cuba não irá renunciar à recuperação deste território, ocupado em virtude de um acordo que os dois países assinaram em 1903 após a independência de Cuba das autoridades espanholas.
O "Dia da Revolução cubana" é assinalado hoje e comemora os assaltos aos quartéis de Moncada e de Carlos Manuel de Céspedes, na cidade oriental de Santiago de Cuba, liderados por Fidel Castro em 1953.
Esta foi a primeira ação armada contra o regime de Fulgencio Batista. Os ataques acabariam por ser um fracasso, mas são considerados como o ponto de partida da revolução cubana que acabaria por triunfar em janeiro de 1959.
Fonte: Lusa (Via Sicnoticias)
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