Rio+20: Raul Castro defende desarmamento mundial
Cuba

Rio+20: Raul Castro defende desarmamento mundial


Com informações de agências

O presidente de Cuba, Raul Castro, defendeu o desarmamento durante seu discurso na plenária da Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, na manhã de quarta-feira, dia 21.

Raul afirmou que é preciso eliminar hegemonias para encontrar soluções para as atuais mudanças climáticas.

“Os países devem deixar o egoísmo de lado para poder buscar soluções porque agora todos vão pagar o preço”, afirmou o presidente citando os efeitos dos desequilíbrios da natureza.

Raul também deixou claro que o gasto militar total aumentou US$1,74 trilhão nas últimas duas décadas. “Esse gasto quase dobrou e em 1992 ainda ocorria a corrida armamentista adotada pelos países que se sentiam ameaçados. E agora, contra quem vão usar esse arsenal?”, indagou.

“Negociações falharam e a falta de um acordo que permita parar a mudança global é reflexo da falta de vontade política e incapacidade dos países desenvolvidos no sentido de agir de acordo com a responsabilidade histórica que têm e sua posição atualmente adotada”, criticou o presidente.

Raul pediu “sociedades mais justas” pelo fim das guerras. “Vamos parar com a guerra, em prol do desarmamento e destruir arsenais nucleares.”

“A única alternativa é construir sociedades mais justas, estabelecendo sociedade mais equitativa, baseada no direito de todos, garantindo às nações, especialmente as do sul, e colocando a ciência e tecnologia a serviço da salvação do planeta”, afirmou.

Raul Castro também citou o irmão Fidel, que presidia o país durante a Eco 92. “Cerca de 20 anos atrás, em 12 de junho de 1992, nesta mesma sala e recinto, o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, disse: ‘Uma espécie biológica importante está em risco de desaparecer por conta do desaparecimento de seu hábitat, que é o homem’. O que poderia ser considerado alarmista, constitui uma realidade irrefutável. A falta de capacidade de transformar modelos de produção e consumo não sustentáveis traz ameaça do equilíbrio e regeneração de mecanismos naturais que sustentam a vida no planeta”, disse Raul.

Outros países latinos
Mais cedo, o presidente da Bolívia, Evo Morales, havia citado Fidel Castro na plenária. Ele criticou os países desenvolvidos e o capitalismo.

“Capitalismo é uma forma de colonialismo. Mercantilizarmos os recursos naturais e é uma forma de colonialismo dos países do sul, que sobre seus ombros carregam a responsabilidade de proteger o meio ambiente, que foi destruído no norte”, disse.

Para Evo, o ambientalismo é usado como arma do sistema capitalista. “O ambientalismo capitalista é uma forma de compromisso predatório, porque o compromisso de países de preservar a natureza para o futuro é algo imposto aos países pobres, enquanto os ricos se esforçam na destruição comercial do meio ambiente.”

“Nos querem criar um mecanismo de investimento para monopolizar e julgar nossos recursos. Acreditam que estão punindo o uso desses recursos com argumentos ambientalistas e as instituições são submissas, de modo que abrimos mão dos nossos recursos naturais para eles. Como o capitalismo promove o mercantilismo, o capitalismo da biodiversidade a torna em negócio. A vida não é um direito, é apenas mais um negócio para o capitalismo”, afirmou.

O presidente do Equador Rafael Corria falou de crise nos países desenvolvidos. “A raiz da crise na Europa e EUA, em parte, tem a ver com uma mudança do sistema. O problema são os mercados que administram o sistema, precisamos ter a sociedade governando.”

“Ontem uma jovem disse ‘tomara que não venhamos aqui para salvar nossa cara, mas sim nosso planeta’. Bom, o grupo dos 20 mais ricos no mundo se reuniu no México e 80% não vieram a esta conferência. Para eles não é importante e continuará sendo pouco importante enquanto não mudar essa relação de poder”, salientou Corria.
O presidente da Colômbia Juan Manuel Santos pediu que as metas para as sustentabilidades sejam adaptadas para a realidade de cada país. “Os compromissos da arena internacional precisam ser traduzidos para nosso país”, disse Juan Manuel Santos.

“Passou da hora de diagnósticos e espero que tenha chegado a hora de alcançarmos metas específicas. Os ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] mostram que não estamos aqui em vão. O legado do Rio continua vivo para o benefício dessa geração e das futuras.”



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