Cuba
UM ESTUDO REALIZADO EM LONDRES MOSTRA OS CUBANOS MAIS FELIZES DO QUE OS NORTE-AMERICANOS.
O texto, a seguir, muito mais do que possa parecer o título, uma constatação de felicidade do povo cubano, pode ser um chamado a reflexão do que definimos felicidade e o que pode nos trazer felicidade. Ecologia, sociedade, classes sociais, economia, articulados para propostas de “novas bússolas” ou o caos ecológico e social.
UM ESTUDO REALIZADO EM LONDRES MOSTRA OS CUBANOS MAIS FELIZES DO QUE OS NORTE-AMERICANOS Por Pascual SerranoA Fundação New Economics, com sede em Londres, apresentou do dia 04 de julho, o chamado Índice do Planeta Feliz - IPF, um indicador de bem-estar humano alternativos aos tradicionais cânones desenvolvimentistas. O estudo é baseado em dados de 143 países, representando 99% da população mundial.
Para realizar a classificação, a pesquisa recorre a três parâmetros: a expectativa de vida, a satisfação expressa pelos cidadãos de cada país e as pegadas ecológicas (huellas ecológicas*) que deixam. Assim, obtêm o nível de vida que consideram necessário para ser feliz.
E é que, segundo destacam os analistas, nenhum país mencionado no relatório alcança os três objetivos, mas as diferenças entre as nações mostram que é possível viver vidas prolongadas e felizes com pegadas ecológicas bem menores do que as pegadas ecológicas nas nações com maior consumo. Para muitos, no Ocidente, a luta para aumentar a nossa renda tem sido feita à custa de nosso capital social e de nossa saúde mental. O desafio para o Ocidente, diz o relatório, não é continuar aumentando nossas rendas financeiras, mas assegurar vidas significativas e fortes laços sociais. Muitas vezes, para atingir estes objetivos significa reduzir o enfoque no consumo e dedicar mais tempo para outros interesses. O IPF mostra que de verdade é possível obter vidas que custem um mundo
O estudo visa fornecer uma base científica a uma antiga suspeita: "o dinheiro não traz felicidade", sobretudo se é desigualmente distribuído. Os países ricos não são os mais felizes, e vemos que a América Latina mais feliz e ecológica do mundo. Um olhar sobre o ranking revela muitas mais surpresas. Uma delas é que os Estados Unidos se encontram no posto 114, enquanto que Cuba alcança o 7º posto.
Talvez a forma de compreender a vida explique a diferença abissal entre o elevado nível de felicidade encontrada em Cuba, e o que aparece nos Estados Unidos. As comparações mostram que se pode alcançar vidas longas e felizes com níveis muito mais baixos de consumo de recursos. Por exemplo, os habitantes dos Países Baixos vivem, em média, um ano a mais do que os Estados Unidos e têm níveis semelhantes de bem-estar, mas a sua pegada ecológica per capita é inferior a metade (4,4 hectares globais em comparação a 9,4 hectares globais). Os Países Baixos são duas vezes mais ecologicamente eficientes do que os Estados Unidos. Igualmente, os costa-riquenhos também vivem um pouco mais tempo do que os norte-americanos, relatam níveis de bem-estar muito mais alto e ainda assim têm uma pegada ecológica 25% menor.
Não faltará quem faça a seguinte pergunta: Se os cubanos são tão felizes, por que tantos querem emigrar para os Estados Unidos e não o oposto?
Agora, sou eu quem tentará da respostas a esses
Em primeiro lugar, não é verdade que a maioria dos cubanos desejam ir viver nos Estados Unidos, este é um padrão informativo explorado pelo norte. Obviamente, o estudo londrino não afirmou que todos os cubanos são felizes e ninguém deseja emigrar para outro país, mas uma consulta do francês Salim Lamrani ao Escritório de Imigração Estatístico dos Estados Unidos demonstrou que era antes da revolução, quando mais cubanos emigraram para o país do norte e que, atualmente, países como Canadá, México, Jamaica ou El Salvador geram bem mais emigração para os Estados Unidos do que Cuba.
Há também razões de mentalidade entre a cidadania estadunidense que lhe fazem pensar que, apesar de não serem felizes, poderão sê-los algumas vezes, graças à magnífica operação de conformação ideológica do modo de vida norte-americano. A mensagem dominante nesta sociedade para as classes baixas é que elas também poderão, algum dia, serem ricas e opulentas, que vivem no país das oportunidades, mas as estatísticas mostram que as pessoas freqüentemente terminam seus dias na mesma classe social de seus pais. Tudo isto lhes paralisa, não somente para tentar subverter a ordem estabelecida, mas também para pensar em buscar um futuro em outra sociedade com outros valores.
Como assinalou Nic Marks, fundador do entro para o bem-estar do New Economics Foundation: "Enquanto o mundo enfrenta a tripla dificuldade de uma profunda crise financeira, a aceleração das alterações climáticas e o iminente pico petrolífero necessitamos desesperadamente de uma nova bússola que nos guie. O fato de deixar-nos conquistar pela melodia do crescimento econômico apenas tem produzido benefícios marginais para os mais pobres do mundo, não melhorou notadamente o bem-estar daqueles que já eram ricos e nem sequer produziu estabilidade econômica. Agora temos que usar o Índice Planeta Feliz para romper o encanto e traçar um novo caminho para uma economia de alto bem-estar, com baixas emissões de carbono, antes que nossos estilos de vida, de alto consumo, nos levem ao caos de uma irreversível alteração climática”.
*De acordo com a Wikipédia huellas ecológicas, literalmente - pegadas ecológicas - é um indicador agregado definido como a área de terras produtivas (culturas, pastagens, florestas e ecossistemas aquáticos) ecologicamente necessários para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos produzidos por uma população dada com um modo específico não determinado (pelo tradutor).
Original encontra-se em: CUBA DEBATE.
Tradução: Robson
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