Cuba
“Não comerei até que devolvam minha dignidade”, diz preso de Guantânamo
|
Norte-americanos protestaram em Nova Iorque contra manutenção da prisão de Guantânamo. |
Em fim de semana marcado por violência, polícia entra em confronto com detentos em greve de fome.
Via Opera Mundi
O último final de semana foi marcado por violência e apreensão frente à greve de fome adotada por um grupo de detentos na prisão norte-americana de Guantânamo, em Cuba. Os abusos policiais somados às más condições sociais em que vivem os presos resultaram em um confronto no sábado, dia 13. Segundo informações do Pentágono, militares norte-americanos dispararam armas de efeito moral contras os prisioneiros.
O objetivo da ação policial era isolar do convívio comum os que se encontravam em greve de fome, para colocá-los em celas solitárias. A medida, e também a forma agressiva como os militares abordaram os detentos, já fragilizados pela fome, causaram repúdio entre os demais detentos, que partiram para o confronto com os norte-americanos.
A edição da segunda-feira, dia 15, do jornal The New York Times, publicou um relato dramático de um dos detentos.
“Estou em greve de fome desde o dia 10 de fevereiro e perdi cerca de 15 quilos. Não vou comer até que devolvam minha dignidade. Estou em Guantânamo por 11 anos e três meses e nunca fui julgado ou acusado por nenhum crime. Disseram que eu era um guarda de Osama bin Laden. E apenas isso”, afirma um detento de 35 anos que foi preso no Afeganistão por suspeita ligação com os ataques de 11 de setembro.
Segundo o relato, oficiais norte-americanos amarram os detentos em camas dentro da prisão e injetaram soro fisiológico à força. “Fiquei amarrado à cama por 26 horas sem poder ir ao banheiro. Me colocaram um catéter, que foi doloroso, degradante e desnecessário”, afirmou.
Segundo informações do jornal espanhol El Mundo, os incidentes aconteceram no pavilhão 6 de Guantânamo, local onde 50 dos 130 presos estão locados. Segundo uma fonte do Pentágono que pediu sigilo, 41 detentos estão em greve de fome e 11 desses tem sido alimentados à força com soros.
Muitos deles não se alimentam há mais de dois meses em protesto contra os abusos praticados pelos militares. A informação partiu de advogados dos prisioneiros, que alertam para a precariedade da saúde deles, classificada de “extremamente grave”.
loading...
-
Eua Vigiaram Conversas Entre Prisioneiros De Guantânamo E Advogados, Diz Ex-funcionário
Detentos no extinto Camp X-Ray, atualmente fechado. O campo faz parte da prisão de Guantánamo. Bruce MacDonald, ex-chefe dos tribunais militares de exceção, disse “não se lembrar do motivo” para os grampos. Via Opera Mundi O governo...
-
Ex-prisioneiros De Guantânamo Fazem Carta E Pedem Que Todos Sejam Julgados Segundo Lei Internacional
Autores do documento classificam atual greve de fome de dois terços dos presos como maior protesto em Guantânamo. Via Opera Mundi Vinte e cinco ex-prisioneiros de Guantânamo divulgaram uma carta aberta em que comentam a greve de fome realizada...
-
Greve De Fome E Prisão Sem Fim: O Que Está Acontecendo Em Guantânamo?
Via Agência Pública Há 11 anos os primeiros prisioneiros chegavam à baía de Guantánamo, em Cuba. O governo Obama prometeu fechar a prisão mas não cumpriu a promessa. Quase uma centena dos detentos está em greve de fome. A greve...
-
Preso Sem Julgamento E Em Greve De Fome: O Depoimento De Um Detento Em Guantânamo
Samir Naji al Hasan MoqbelO iemenita Samir Naji al Hasan Moqbel publicou o relato de seu dia-a-dia dramático na prisão. Via Diário do Centro do Mundo Samir Naji al Hasan Moqbel é um iemenita detido na prisão militar na Baía de Guantânamo...
-
Mais De Metade Dos Prisioneiros De Guantânamo Está Em Greve De Fome
Há 166 homens ainda em Guantânamo. Sofia Lorena, via Publicode Portugal “Posso ter de morrer. Espero que não, quero voltar a ver a minha família”, diz Shaker Aamer, há 11 anos na prisão da baía de Cuba. Podem ser 84 ou 77: são muitos...
Cuba