Terça-feira morreu o delinqüente Orlando Zapata Tamayo no hospital Hermanos Ameijeiras, em Havana. Após 85 dias de greve de fome para exigir ser tratado como um "preso de consciência".
O Estado cubano perseguiu e prendeu Orlando Zapata, por este professar idéias que contradiziam a linha oficial, pelo menos esta é a conclusão que a maioria dos meios de comunicação espanhóis (e do mundo) se apressaram em apontar, assinalando tratar-se de um "preso político", e o Estado cubano como culpado desta morte.
Estranhamente nenhum meio de comunicação explicou aos seus leitores, telespectadores ou radio-ouvintes, em que circunstâncias foi preso o falecido.
- Foi preso em flagrante distribuindo panfletos contra o governo socialista de Cuba, com máquinas copiadoras em um piso clandestino?!
- Participou de uma manifestação contraria e ilegal ao governo de Fidel Castro?!
- Andou em Havana com um retrato de George W. Bush?!
Esta falta de informação tem lugar porque permite aos meios de comunicação atacar o sistema cubano, pois se dissessem a razão da prisão do falecido, se descobriria que não era por motivos políticos, e nem que a situação dos direitos humanos em Cuba é o que dizem.
Orlando Zapata Tamayo foi preso na primavera de 2003 por violar a lei cubana. O opositor admitiu durante o julgamento que "conspirava para derrubar a ditadura cubana". Contudo, foi demonstrado que conspirava de uma forma não pacífica, descobrindo-se suas ligações com a CIA, por intermédio de Angel de Fana, também ligado à organização terrorista Alpha 66. Esta organização tem comprovadas ligações com terroristas internacionais e cometeu assassinatos e ataques contra cidadãos cubanos, favoráveis ao governo, hoje liderado pelo presidente Raúl Castro.
O terrorista Posada Carriles, autor intelectual da explosão do vôo 455 da Cubana de Aviación, em 1976, que matou 73 pessoas, incluindo crianças, entre muitos outros ataques, está também relacionado com este grupo terrorista.
Receber dinheiro de um país estrangeiro para fazer o trabalho de inteligência sem a permissão do governo de Cuba é um crime grave, tal qual é para a maioria dos países, como a Espanha, onde está estabelecido em seu artigo 592, primeira parte, de seu Código Penal que "Serão punido com prisão de quatro a oito anos os que, com o objetivo de prejudicar a autoridade do Estado comprometer a dignidade ou os interesses vitais da Espanha, mantendo inteligência ou qualquer tipo de relacionamento com governos estrangeiros, com os seus agentes ou com grupos, agências ou associações internacionais ou estrangeiras".
Orlando Zapata Tamayo foi condenado por este motivo, e não por nenhum outro de caráter político, juntamente com outros 75 cubanos, na primavera de 2003. As penas foram estabelecidas entre 6 e 28 anos, sendo que 20 dos 75 infratores foram liberados.
É uma hipocrisia chamar de "preso político" um criminoso comum, que violou a lei cubana, embora não se crítica que a no país dos meios de comunicação, uma pessoa tenha sido presa pela mesma ação.
Para além das acusações contra o governo cubano de ser culpado por essa morte, não podem ser tomado em conta quando o prisioneiro decidiu, por si mesmo, fazer uma greve de fome e se recusou a receber os devidos soros, embora, em certo momento, foi-lhe administrado apesar de sua rejeição.
Fidel Castro era presidente da ilha caribenha, quando estes 75 homens foram presos e anos mais tarde recebeu - de uma das organizações internacionais que lutam por mais reconhecimento e prática dos direitos humanos, a Organização das Nações Unidas (ONU) - uma condecoração, na forma de uma medalha de ouro, por converter Cuba em um "paradigma da solidariedade", segundo expressou o ex-presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel d'Escoto.
A Cruz Vermelha tem acesso a todas as prisões de Cuba, que já visitou várias vezes, exceto a que se encontrada em Guantánamo, já que é ocupado pelos Estados Unidos e estes proíbem a entrada de relatores internacionais.
Cuba foi o primeiro país do hemisfério em convidar a visitar suas prisões o Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
Enquanto isso, tanto os pais do falecido, que residem na ilha declaram que "nós temos a força para continuar esta luta pelos Direitos Humanos", e vários dos outros 20 prisioneiros libertados, declararam, sem segredos, que continuaram sua militância em grupos como Cristãos para a Libertação Nacional. Estas declarações contradizem categoricamente as acusações que dizem que em Cuba não se permite oposição.
Após esta gafe informativa, os meios de comunicação se apressaram em informar que uma "onda de repressão", na forma da "prisão de 20 cubanos" que pretendiam assistir o velório do infrator, que morreu de uma greve de fome que ele mesmo decidiu levar a cabo.
Esta "onda de repressão" foi denunciada pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), uma organização composta apenas por direitista residente na ilha, Elizardo Sanchez, estranhamente respeitado por um Governo que acusam de ditadura, que acusam de eliminar qualquer traço de oposição.
Esta organização carece de legitimidade em matéria de direitos humanos, uma vez que não é reconhecida por nenhum organismo internacional. Suas informações sobre as novas detenções carecem de provas - não fornece qualquer dado sobre os supostos detidos ou imagens das supostas prisões. Apesar desta falta de credibilidade, da falta de informações possíveis de confirmação, os meios de comunicação não excita em espalhar.