Novos protestos em Honduras
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Novos protestos em Honduras


Tegucigalpa, 29 set (PL) A Frente Nacional contra o golpe de Estado ratificou que as manifestações em demanda da ordem constitucional continuarão, apesar da suspensão das garantias estabelecidas pela Carta Magna.

A decisão foi confirmada em um comunicado dessa vasta aliança de organizações populares, que nesta terça-feira realiza seu 94 dia consecutivo contra o golpe militar de 28 de junho.

Renovamos nosso compromisso de manter a luta popular até conseguir a refundação de Honduras como país, a caminho da libertação das oligarquias que oprimiram historicamente o povo, sublinha o documento.

O governo de facto decretou estado de sítio neste fim de semana, quando autorizou a polícia e forças armadas a dispersar manifestações, praticar detenções e fechar meios de cominicação opositores.

Em uma assembleia com dirigentes de todo o país, a Frente acordou, no domingo, sair em marcha pela capital nesta segunda-feira, mas quando se concentraram foram cercados por contingentes de policiais antimotins.

Os manifestantes fizeram um plantão em frente à sede da Universidade Pedagógica Nacional, sob a estreita vigilância de centenas de agentes, que fecharam os acessos ao lugar, com apoio de um tanque lança água.

Não obstante, depois de negociar com os oficiais foram autorizados a marchar em fila indiana para uma sede sindical, mas finalmente ocuparam um carril do Bulevar das Forças Armadas por onde avançaram uns três quilômetros.

O governo decretou o estado de sítio por 45 dias numa tentativa de impedir a mobilização popular, mas a população saiu às ruas também no interior do país, de acordo com relatórios de dirigentes populares.

Equivocaram-se sobre o povo, disse um dos ativistas da Frente, Amílcar Espinoza, que assegurou que os golpistas acharam que os protestos populares durariam apenas três dias.

Os manifestantes enviaram também mensagens de solidariedade ao presidente constitucional, Manuel Zelaya, que regressou de surpresa no dia 21 e pediu proteção à embaixada do Brasil, onde se encontra sitiado há oito dias.

Mel, amigo, o povo está contigo, Mel, aguenta, que o povo se levanta, entoou a multidão frente aos policiais antimotins. Esse é o apelativo familiar do estadista.

O governo de facto fechou ontem a emissora Rádio Globo e o canal 36 da televisão, Cholusat Sur, os dois únicos meios da capital com cobertura das manifestações antigolpistas.

A radioemissora se arranjou para voltar a emitir seu sinal, mediante as redes de Internet.

lam/rl/bj

Fonte: Prensa Latina



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